Viva São João!

Que tal conhecer a história de São João, preparar uma fogueira e comer um pé-de-moleque? Ou rezar pra Santo Antônio, ganhar prêmios na pescaria e provar um quindim? Ou dançar na quadrilha, brincar no correio do amor e receber de brinde um cuscuz? Melhor ainda, o que vocês acham de fazer tudo isso no mês de junho? Vamos organizar tudo que a gente sabe sobre festa junina para poder aproveitá-la ao máximo?!

Tudo começou há muuuito tempo… No dia 21 de junho, no hemisfério norte, acontece o dia mais comprido e a noite mais curta do ano, que marca o início do verão. Esse momento, hoje conhecido pelos astrônomos como solstício de verão, era comemorado desde antes do nascimento de Cristo com rituais que buscavam promover a fertilidade do solo, o crescimento da vegetação e a fartura das colheitas. Nessas comemorações, fogueiras eram acesas para livrar as plantações dos espíritos maus que podiam impedir a fertilidade.

No século 6, a religião católica escolheu para homenagear São João o dia 24 de junho, próximo ao solstício de verão. A festa de São João se firmou na Espanha, França, Itália e Portugal. No século 13, outros santos ganharam espaço e completaram o ciclo de festas juninas. Dia 13 para Santo Antônio, dia 24 para São João Batista e dia 29 para São Pedro e São Paulo. A partir dessa união entre a festa por boas colheitas e a festa em louvor aos santos católicos, a fogueira — principal elemento nos festejos agrícolas — passou a ser também uma homenagem ao nascimento de São João.

E aqui no Brasil, como será que surgiram as festas juninas? Os índios também realizavam rituais em junho para que a colheita fosse boa. A diferença é que, como estamos no hemisfério sul, em junho ocorre o solstício de inverno, com o dia mais curto e a noite mais longa do ano. Quando os portugueses chegaram aqui, no século 15, passaram a comemorar as festas juninas da mesma forma como faziam na Europa. Da mistura das comemorações dos índios com as dos portugueses, as festas juninas foram ganhando a forma que conhecemos hoje.


No Nordeste, a festa junina é uma das mais importantes do ano. Ela é comemorada nos sítios, paróquias, arraiais, casas e cidades. Caruaru, em Pernambuco, e Campina Grande na Paraíba, realizam as maiores festas juninas do Brasil. Em Caruaru, foi feito certa vez o maior cuscuz do mundo, que pesava 700 quilos, como está registrado no livro dos recordes! No Sul e no Sudeste, podemos destacar danças como o jongo e o samba rural, que animam ainda mais a festa junina, e a gostosa presença, principalmente no Sul, de pratos à base do pinhão, fruto regional.

Com maior ou menor destaque, as festas juninas ainda são realizadas em todas as regiões do Brasil e representam uma das manifestações culturais mais importantes e ricas do nosso povo.