Atenção, atenção! Um visitante ilustre está de passagem pelo Sistema Solar – é o cometa Lulin. O astro, que se aproxima do Sol, já pode ser visto aqui da Terra. Então, aproveite para conhecê-lo, pois essa será a sua única chance de observá-lo no céu: Lulin não voltará mais às proximidades de nosso planeta. Por quê? Ah, a CHC explica essa história e, de quebra, conta para você muitas curiosidades sobre os cometas!
Astros feitos de gelo a caminho do Sol
Você sabia que todos os cometas vêm do mesmo lugar no espaço? Eles se formam na Nuvem de Oort, uma grande região esférica que fica pra lá de Plutão!
Nesse local, feito de pequenos pedaços do material que formou o Sistema Solar há 4,6 bilhões de anos, existem muitos blocos de gelo escuro. Ao sofrer algum tipo de desequilíbrio, esses blocos de gelo são atraídos pela gravidade do Sol e, então, tornam-se cometas.
Foi o que aconteceu com Lulin. Esse astro veio da Nuvem de Oort, atraído pela gravidade do Sol. Aqui no Sistema Solar foi descoberto, em 2007, por dois astrônomos chineses, no Observatório Lulin (daí o nome!), em Taiwan.
Agora, mais perto da Terra, Lulin coleciona uma série de transformações, que ocorrem com todos os cometas que se aproximam do Sol.
Um cometa com duas caudas?!?
À medida que um cometa aproxima-se do Sol e alcança a órbita de Saturno, Júpiter ou Marte, seu gelo começa a se transformar em vapor. Com isso, forma-se uma nuvem esférica em volta do núcleo desse astro. É a coma, que pode ser bastante comprida e ter até a distância da Terra à Lua. Depois, quando o cometa está mais perto ainda do Sol, a alta temperatura faz com que mais gases sejam formados. A pressão vinda do Sol lança esses gases para trás e, então, o astro ganha uma bonita cauda.
O curioso é que, no caso de Lulin, quem tentar observá-lo aqui da Terra pode ter a impressão de que esse cometa, de cor azulada, tem duas caudas. Mas não é nada disso. “A sua posição causa essa ilusão de ótica. É como se o estivéssemos vendo de lado. Mas, na verdade, trata-se de uma cauda só”, explica o astrônomo Tasso Napoleão, organizador oficial do Ano Internacional da Astronomia no Brasil.
Cometa à vista!
Prepare o binóculo e tome nota: o período mais propício para ver Lulin é o de 23 a 27 de fevereiro, sendo que, no dia 24, o cometa atinge a posição mais próxima da Terra. Além disso, a semana é de Lua nova, o que torna a observação do céu mais fácil, já que ele fica mais escuro.
Ficou curioso? Então, posicione-se! Por volta das nove horas da noite, descubra a direção em que o Sol se põe e estenda seu braço direito para indicá-la. Você acaba de descobrir o oeste. Agora, ao estender seu braço direito, ele apontará para o leste. À sua frente estará o norte e, atrás, o sul. Para ver o cometa, você deve olhar para o nordeste, que fica entre o norte e o leste. Com a ajuda de um mapa celeste, procure a constelação de Leão. O cometa Lulin estará próximo ao planeta Saturno.
Caso você prefira, também pode seguir a dica de Tasso Napoleão. “Se houver algum observatório ou clube de astronomia em sua cidade, não deixe de visitá-lo nessa semana. Muitos locais farão observações públicas do cometa Lulin”, conta o astrônomo.
Chance única
Quando o assunto é o cometa Lulin, aliás, só não vale perder a chance de vê-lo. Afinal, os cientistas avisam: enquanto outros cometas passam de vez em quando por aqui, como o Halley, que aparece a cada 76 anos, Lulin nos visitará uma única vez. “O formato de sua órbita não permitirá que ele volte”, explica Tasso Napoleão. “Ele cruzará o Sistema Solar e será lançado no espaço.” Então, pegue seu binóculo e aproveite essa visita!