Imagine a cena: uma máquina do tempo leva você ao passado, mais precisamente a 115 milhões de anos atrás. Seu desembarque ocorre em uma região onde há lagoas de água doce. No céu, é possível ver pterossauros. Em terra firme, uma enorme diversidade de animais. Há lagartos, escorpiões, insetos… De repente, a máquina do tempo volta a entrar em ação. Você avança cinco milhões de anos e o cenário muda totalmente. Agora, no mesmo lugar visitado anteriormente, há uma lagoa de água salgada. Às margens, caminham dinossauros. Entre eles, um gigante de quase seis metros de comprimento: o Angaturama limai.
Será sonho? Cena de filme? Não! Trata-se da exposição Dinossauros no sertão, mostra permanente recém-inaugurada no Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Nela, você pode ver a primeira reconstituição de um dinossauro carnívoro de grande porte do Brasil, justamente o Angaturama limai, que viveu há 110 milhões de anos no nordeste brasileiro, mais precisamente na Chapada do Araripe. “A Chapada do Araripe, que fica entre Ceará, Pernambuco e Piauí, é um dos lugares, não só do Brasil, mas também do mundo, mais importantes em relação a fósseis”, conta o paleontólogo Alexander Kellner, que, em 1996, junto com Diógenes Campos, descreveu o Angaturama limai, uma espécie até então desconhecida pela ciência.
paleontólogo Alexander Kellner apresenta o dinossauro brasileiro Angaturama limai.
Incrível fauna do passado
Na mostra Dinossauros no sertão, diversos fósseis encontrados na Chapada do Araripe são apresentados ao público, que tem a chance ainda de conhecer as transformações por que passou a região em um intervalo de cinco milhões de anos.
Estão em exposição, por exemplo, vários fósseis de peixes – entre eles, raias e tubarões –, já que cerca de 30 espécies viviam na lagoa de água salgada encontrada na região na época do Angaturama limai. Um lugar que, apenas cinco milhões de anos antes, não existia. A Chapada do Araripe, há 115 milhões de anos, tinha lagos de água doce e, ao seu redor, uma fauna principalmente terrestre. “Na água, encontrava-se menos de uma dezena de espécies de peixes”, conta Alexander Kellner. “Já em terra firme era possível ver lagartos – sendo que alguns pertenciam a espécies até hoje ainda não descritas –, escorpiões, aranhas, grilos, libélulas, gafanhotos, mosquitos e até baratas”.
Esses bichos, na forma de fósseis, marcam presença na mostra Dinossauros no sertão, Tupandactylus imperator que traz ainda um esqueleto montado do pterossauro e uma reconstituição desse réptil voador em vida. Então, o que você está esperando? Agende sua visita e carimbe seu passaporte rumo ao passado pré-histórico do Brasil!
Dinossauros no sertão
De terça a domingo, das 10h às 16h.
R$ 3.
Grátis para crianças até cinco anos e pessoas acima de 60. Quem tem entre 6 e 10 anos paga R$ 1.
Museu Nacional
Quinta da Boa Vista, s/n, São Cristóvão, Rio de Janeiro/RJ.
Tel.: (21) 2562-6900.