Os historiadores costumam criar nomes para as épocas que estudam. A Idade Média, que durou quase mil anos, foi o nome dado por estudiosos do século 16 ao período entre a Antiguidade e o século em que eles estavam. Vamos voltar no tempo, entre os séculos 11 e 13, na Europa Ocidental, para conhecer um período da Idade Média chamado feudalismo. A agricultura e o pastoreio eram então as principais atividades, embora também houvesse comércio e artesanato.
Havia vários grupos sociais distribuídos nas cidades e no campo. Os senhores feudais eram aqueles que tinham terras (principal forma de riqueza da época) e prestígio. Podiam ser cavaleiros ou membros do alto clero, como bispos e abades, e formavam a chamada nobreza. Existiam dois tipos de senhores feudais: os suseranos (mais ricos e poderosos) e os vassalos, vindos de famílias menos conhecidas. Quanto maior fosse o número de vassalos que o suserano tivesse à sua disposição para ajudá-lo nas batalhas e tribunais, mais poderoso ele era.
No entanto, a população era composta na maioria por trabalhadores rurais, sobretudo servos, que viviam em terras emprestadas pelos senhores, tendo que dar em troca trabalho, dinheiro e parte da produção agrícola e artesanal. Em geral, eles não podiam abandonar as terras, que eram passadas de pai para filho.
Mas por que esse período da Idade Média é chamado feudalismo? Quando os vassalos realizavam algum serviço para o suserano, recebiam um presente que podia ser senhorios (terras com trabalhadores) ou rendimentos: esse presente era chamado de feudo. Feudalismo, então, significa a sociedade em que suseranos e vassalos, ligados por laços de lealdade, dominavam os trabalhadores rurais.
O poder não pertencia apenas a senhores feudais: a Igreja Católica controlava a vida das pessoas, dos mais ricos aos mais miseráveis. Quase toda população da Europa Ocidental era obrigada a ser católica. A Igreja também tinha muitas terras (feudos) e recebia a décima parte de tudo o que era produzido na região.
Ela também definiu a sociedade feudal, organizada em três grupos sociais: religiosos, guerreiros e trabalhadores. A ordem dos religiosos era formada pelos membros do clero, que era dividido em baixo clero (com menos prestígio e sabedoria) e alto clero (vindo da nobreza). Os guerreiros eram cavaleiros e lutavam ajudados por trabalhadores rurais que combatiam a pé (peões). A ordem dos trabalhadores era formada sobretudo pelos comerciantes, artesãos e trabalhadores rurais.
Com o crescimento do comércio nos séculos 12 e 13, alguns trabalhadores enriqueceram e dominaram as cidades, que só conseguiram a independência por meio de lutas ou comprando a liberdade. Para evitar o ataque de inimigos, muitas cidades foram cercadas de muralhas, ficando conhecidas como burgos e seus habitantes como burgueses. Permanecia a oposição entre os mais ricos e a maioria da população urbana…
Muitos aspectos da sociedade feudal ficaram por tratar. Mas isso vai ficar para outra ocasião…