Provavelmente você nunca viu ao vivo, mas já deve ter visto pela televisão: uma baleia-jubarte abre sua enorme boca, engolindo água, peixes e tudo que estiver no seu caminho. Uma imagem impressionante, não é? A jubarte faz parte do grupo das rorquais, composto por baleias alongadas e ágeis, como as baleias-fin, as baleias-minke, as baleias-de-Bryde e as baleias-azuis. Foi justamente em baleias desse grupo que cientistas descobriram um órgão sensorial que ajuda as grandonas na hora de se alimentar.
Baleias rorquais se alimentam por filtração, ou seja, abrem bem a boca para engolir uma enorme quantidade de água, filtrando peixes e plâncton que lhe servirão de alimento. O órgão recém-descoberto, que ainda não tem nome, funciona como uma espécie de sensor que avisa ao cérebro da baleia que sua boca já está cheia o suficiente.
O órgão é uma cavidade cheia de uma substância gelatinosa, que também contém vasos sanguíneos e nervos. Ele fica localizado entre as mandíbulas desses enormes mamíferos. “Ele pode explicar como as baleias rorquais controlam ativamente a expansão da boca e da garganta durante a alimentação”, explica o paleobiólogo Nick Pyenson, Universidade da Columbia Britânica, no Canadá, que participou da pesquisa.
Segundo o cientista, o órgão recém-descoberto é fundamental na alimentação das baleias, e é possivelmente aí que está o segredo do enorme tamanho desses animais. “Acredito que a alimentação por filtragem é um dos fatores que permitiu que as rorquais evoluíssem para o grande tamanho de seus corpos”, aposta Nick.
Você pode estar se perguntando: como um órgão tão importante não foi descoberto antes? A resposta, na verdade, é simples: porque estudar a anatomia desses animais é muito complicado, já que eles são tão grandes e difíceis de acessar. “Ainda há muita coisa que não sabemos sobre a anatomia de grandes baleias e eu não ficaria surpreso se novos tecidos ou órgãos fossem descobertos”, completa Nick.