Uma descoberta de peso

Provavelmente você nunca viu ao vivo, mas já deve ter visto pela televisão: uma baleia-jubarte abre sua enorme boca, engolindo água, peixes e tudo que estiver no seu caminho. Uma imagem impressionante, não é? A jubarte faz parte do grupo das rorquais, composto por baleias alongadas e ágeis, como as baleias-fin, as baleias-minke, as baleias-de-Bryde e as baleias-azuis. Foi justamente em baleias desse grupo que cientistas descobriram um órgão sensorial que ajuda as grandonas na hora de se alimentar.

Baleia-jubarte

As baleias-jubarte fazem parte do grupo conhecido como rorquais, que também inclui as baleias-fin, as baleias-minke, as baleias-de-Bryde e as baleias-azuis (Foto: Wikimedia Commons)

Baleias rorquais se alimentam por filtração, ou seja, abrem bem a boca para engolir uma enorme quantidade de água, filtrando peixes e plâncton que lhe servirão de alimento. O órgão recém-descoberto, que ainda não tem nome, funciona como uma espécie de sensor que avisa ao cérebro da baleia que sua boca já está cheia o suficiente.

O órgão é uma cavidade cheia de uma substância gelatinosa, que também contém vasos sanguíneos e nervos. Ele fica localizado entre as mandíbulas desses enormes mamíferos. “Ele pode explicar como as baleias rorquais controlam ativamente a expansão da boca e da garganta durante a alimentação”, explica o paleobiólogo Nick Pyenson, Universidade da Columbia Britânica, no Canadá, que participou da pesquisa.

O órgão recém-descoberto, que ainda não tem nome, pode variar do tamanho de uma bola de baseball até o tamanho de uma bola de basquete, dependendo da espécie de baleia (Ilustração: Carl Buell / Nicholas D. Pyenson / Smithsonian Institution)

Segundo o cientista, o órgão recém-descoberto é fundamental na alimentação das baleias, e é possivelmente aí que está o segredo do enorme tamanho desses animais. “Acredito que a alimentação por filtragem é um dos fatores que permitiu que as rorquais evoluíssem para o grande tamanho de seus corpos”, aposta Nick.

Você pode estar se perguntando: como um órgão tão importante não foi descoberto antes? A resposta, na verdade, é simples: porque estudar a anatomia desses animais é muito complicado, já que eles são tão grandes e difíceis de acessar. “Ainda há muita coisa que não sabemos sobre a anatomia de grandes baleias e eu não ficaria surpreso se novos tecidos ou órgãos fossem descobertos”, completa Nick.