A biodiversidade é uma das características mais impressionantes do nosso planeta. São tantas espécies de bichos, plantas e outros seres que sempre há novas pesquisas científicas anunciando descobertas nessa área.
Há cerca de 250 anos, pesquisadores do mundo todo se esforçam para descrever e catalogar os seres vivos que encontram por aí. Até agora, já foram descritas mais de um milhão e quatrocentas mil espécies – se você acha esse número alto, espere até ler o próximo parágrafo.
“Baseado no que sabemos hoje, nada menos que 86% de todas as espécies na terra e 91% daquelas no mar teriam ainda teriam que ser descobertas”, conta o biólogo Salvatore Siciliano, da Fundação Oswaldo Cruz. O número de espécies existentes, então, deve ultrapassar os dez milhões.
A previsão dos cientistas é que existam aproximadamente 7,8 milhões de espécies de animais, 298 mil espécies de plantas, 611 mil espécies de fungos e 36,4 mil espécies de protozoários só na terra – se contarmos os seres que vivem no oceano, os números crescem ainda mais. Além disso, há uma grande variedade de microrganismos.
Pois bem: há, ainda, muito trabalho a fazer. Alguns especialistas acham que, se as pesquisas continuarem no ritmo em que estão – mais ou menos 6.200 espécies descobertas por ano –, levaremos mais mil e duzentos anos para descrever todos esses seres!
Mas fica uma pergunta: será que temos tempo? Com as intervenções do homem sobre a natureza, cada vez mais espécies estão ameaçadas de extinção. Por isso, várias delas podem desaparecer antes mesmo de termos a chance de conhecê-las.
A comunidade científica internacional sabe disso e tem pressa de descrever o maior número possível de espécies. Há muitos cientistas procurando espécies novas em regiões como a Papua Nova Guiné, a maior ilha tropical do mundo. Lá, entre 1998 e 2008, foram descridas duas novas espécies por semana – um número surpreendente!
“Os oceanos, em especial as águas profundas, também costumam ser um baú de surpresas”, revela Salvatore. “Hoje, com a possibilidade de submarinos e câmeras que mergulham cada vez mais fundo, estão se descobrindo mais e mais espécies”.