Um enduro em Marte!

Já faz 35 anos que o homem pisou pela primeira vez na Lua, em julho de 1969. Após a conquista de nosso satélite natural, o próximo passo lógico para a exploração espacial é o quarto planeta do Sistema Solar: Marte!

Será que já houve vida em Marte, o chamado planeta vermelho? (foto: Nasa).

Esse planeta é bastante conhecido entre nós. Há tempos escutamos histórias sobre marcianos — aqueles supostos homenzinhos verdes de antenas e olhos esbugalhados. Será que eles existem mesmo? Há quase um ano, em agosto de 2003, Marte esteve muito próximo de nós, a uns 56 milhões de quilômetros da Terra. Os cientistas aproveitaram essa grande proximidade para lançar rumo a Marte naves-robô não tripuladas: as sondas espaciais!

E qual seria o interesse de mandar essas naves para Marte? A idéia é conhecer melhor o planeta, como o homem fez antes de pôr os pés na Lua. Antes que as missões tripuladas pudessem ser enviadas, sondas espaciais pesquisaram por inteiro nosso satélite natural e encontraram pontos onde os astronautas poderiam pousar com segurança, entre outras coisas. Agora chegou a vez de Marte!

 

O jipe Opportunity ’aterrissou’ em Marte em 25 de janeiro. A Nasa enviou ainda um segundo jipe idêntico a ele para explorar o planeta - o Spirit , que chegou 3 semanas antes.

Em meados de 2003, dois robôs idênticos em forma de jipe foram lançados rumo a Marte pela agência espacial norte-americana, a Nasa. Seus nomes são Spirit (“Espírito”) e Opportunity (“Oportunidade”). Seus objetivos? Fazer com que a gente conheça ainda melhor o chamado “planeta vermelho”! Desde o início de 2004, esses robôs estão explorando a superfície de Marte e coletando material para estudos científicos.

Esses jipes gêmeos estão em lados opostos do planeta e caminham com uma velocidade de 1 centímetro por segundo. Eles ’caminham’ durante 10 segundos, param, exploram o terreno durante 20 segundos e depois caminham por mais 10 segundos. Quando chegam a seu objetivo eles começam a cavar para recolher amostras.

O primeiro jipe a cavar o solo marciano foi o Opportunity . As amostras recolhidas por ele trouxeram uma confirmação que os cientistas aguardavam há muito tempo: Marte teve água em algum momento do seu passado! Mas como é possível afirmar isso? O jipe recolheu pedrinhas microscópicas com formato esférico que indicam que elas foram moldadas por água! Mais tarde, do outro lado de Marte, o jipe Spirit fez suas escavações e recolheu novas amostras, que também indicam que um dia a água fluiu na superfície do planeta vermelho!

A foto mostra a planície marciana na qual o jipe Opportunity colheu amostras de rocha que confirmaram a existência passada de água em Marte

Como sabemos, a água é fundamental para a vida. Assim, quem sabe num passado não muito remoto Marte não foi um planeta com água em abundância… Será que essa água não permitiu que existissem ali seres vivos?! A idéia dos homenzinhos verdes com certeza é fantasiosa, mas não é absurdo imaginar que microrganismos e formas de vida — inteligentes ou não — um dia viveram por lá…

Hoje em dia é improvável que exista vida em Marte: atualmente esse planeta é seco e sua água está concentrada abaixo da sua superfície na forma congelada. Mas quem sabe não encontramos algum vestígio de que a vida passou por lá um dia? Se um dia isso for confirmado, teremos certeza de que o espaço não está sendo desperdiçado!

O autor do artigo acima é membro do Centro de Estudos do Universo (CEU), iniciativa dedicada à divulgação e ao ensino da astronomia, e editor do Boletim Centaurus, que traz textos de divulgação escritos pela equipe de professores do CEU e convidados.

Criado no ano 2000 na cidade de Brotas (SP), o CEU tem uma área de 4000 m2 com infra-estrutura para receber grupos escolares e o público em geral. O centro dispõe de um observatório com um grande telescópio, uma laje de observação com telescópios menores, um planetário com três tipos de sessões (uma especialmente para crianças), um teatro de arena para apresentações ao ar livre, um anfiteatro para apresentações multimídia e uma base de lançamento de mini-foguetes.

Matéria publicada em 11.06.2004

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Diego-Moicano

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