Já imaginou ter o poder de controlar o cérebro de outra pessoa? Isso parece coisa de ficção científica. Mas já é realidade! Cientistas norte-americanos conseguiram esta façanha: em experimento inédito, um pesquisador controlou o braço de seu colega pela transmissão de pensamento.
Os envolvidos no experimento eram os cientistas Rajesh Rao e Andrea Stocco, da Universidade de Washington, nos Estados Unidos. A missão de Rajesh era jogar um joguinho de computador em que um navio pirata bombardeava uma cidade. Para salvar a cidade, ele tinha que apertar a tecla enter, que disparava um canhão.
O detalhe importante é que, para apertar o teclado, Rajesh não usou própria mão, e sim a de Andrea, que estava em outra sala. O que ele fez foi pensar que movia sua mão e esse pensamento foi transmitido para o cérebro de seu amigo, que então apertou a tecla enter mesmo sem querer.
“Senti meu dedo se movendo sem que eu tivesse consciência disso, foi como um tique nervoso”, descreve Andrea Stocco. Parece mágica, mas é ciência. Para que o comando de mover a mão chegasse até o cérebro de Andrea, ele e seu colega precisaram de alguns equipamentos.
Rajesh usou uma touca com eletrodos ligados a uma máquina de eletroencefalograma – o nome é complicado, mas é somente um aparelho que capta os sinais elétricos que nosso cérebro produz quando pensamos. Já Andrea tinha um dispositivo de estímulo magnético acoplado à sua cabeça.
Quando Rajesh pensou em apertar o botão, a máquina de eletroencefalograma captou os sinais de seu cérebro, que foram transmitidos por internet sem fio até o dispositivo na cabeça de seu amigo. O dispositivo, por sua vez, enviou os sinais recebidos para o cérebro de Andrea, que obedeceu e acionou os músculos para que sua mão se movesse. Veja:
Para que o experimento desse certo, foram necessários anos de preparação. Os pesquisadores usaram esse tempo para saber, por exemplo, qual o melhor lugar da cabeça para colocar o dispositivo de estímulo magnético. Se ele tivesse sido colocado no lugar errado, o resultado poderia ter sido outro – Andrea poderia ter movido a outra mão ou até o pé!
Tudo isso parece incrível, mas os pesquisadores avisam: ainda estamos muito longe de transmitir pensamentos mais complexos. Isso quer dizer que nem tão cedo você vai conseguir conversar com alguém usando só sua mente!