Tesouros nordestinos

Quanto mais rara uma joia, mais preciosa ela fica. Então, seguindo essa lógica, podemos dizer que o Araripe Pernambucano é cheio de joias preciosas! Essa região reúne fósseis muito raros de plantas e animais que viveram há 100 milhões de anos, quando África, Américas e Oceania formavam um só continente – a Gondwana.

Os fósseis são encontrados no vale da chapada do Araripe, região que abrange seis cidades! (Foto: Tito Aureliano Neto)

Os fósseis são encontrados no vale da chapada do Araripe, região que abrange seis cidades! (Foto: Aline M. Ghilardi)

“Os fósseis que vemos por lá ainda possuem partes moles dos animais e o esqueleto dos vertebrados continua inteiro, coisas raríssimas no mundo da paleontologia”, comemora a geóloga Alcina Barreto, da Universidade Federal de Pernambuco. Ela reuniu um grupo de pesquisadores para explorar esses tesouros enterrados.

A coluna vertebral deste peixe ósseo ficou intacta dentro da pedra (Foto: Tito Aureliano Neto)

A coluna vertebral deste peixe ósseo ficou intacta dentro da pedra (Foto: Aline M. Ghilardi)

Se você está se perguntando por que Pernambuco reúne fósseis tão importantes, saiba que a resposta está no passado geológico daquela região. Na época de divisão do continente Gondwana – há 100 milhões de anos –, houve um soterramento muito veloz de animais e plantas, e foi essa velocidade que permitiu que eles ficassem tão bem preservados.

A Chapada do Araripe, que abrange os estados do Ceará, Pernambuco e Piauí, é rica em fontes de águas e fósseis. “Hoje, a região tem partes de floresta e partes secas, mas, há 110 milhões de anos, já foi uma lagoa e, antes disso, um mar”, conta Alcina. Entre os achados paleontológicos do Araripe estão conchas e ouriços do mar, peixes, raias, tartarugas, pterossauros e até dinossauros.

Há 100 milhões de anos, esta era a aparência da região que hoje abriga o sertão do Araripe (Imagem cedida pela pesquisadora)

Há 100 milhões de anos, esta era a aparência da região que hoje abriga o sertão do Araripe (Imagem cedida pela pesquisadora)

Liderados por Alcina, sete geólogos vasculham os solos de sete cidades pernambucanas em busca de mais fósseis. “Nossa ideia é criar um museu de paleontologia em cada uma delas”, prevê a pesquisadora. Eu com certeza vou querer visitá-los!

Matéria publicada em 30.10.2013

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Camille-Dornelles

Quando criança, gostava de fazer experimentos dentro de casa e explorar o mundo. Hoje, na CHC, me sinto brincando de cientista e trabalhando como jornalista ao mesmo tempo.

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