Show lunar

Imagem do eclipse total da Lua que aconteceu em janeiro de 2000 (foto: F. Espenak)

Na noite desta quarta-feira, 20 de fevereiro, grude os olhos do céu, pois um dos fenômenos mais bonitos do universo tem hora marcada para começar. É o eclipse total da Lua, que se inicia às 22h43 e atinge seu auge à 0h26. Neste horário, o único satélite natural do nosso planeta irá virar a atração da noite, ao ganhar um belíssimo tom alaranjado. Uma cor bem diferente que os brasileiros poderão ver de camarote!

Mas… Por que eclipses lunares acontecem? E qual a razão para a Lua mudar de cor? Para responder a essas e outras questões, precisamos saber, primeiro, que os eclipses lunares são fenômenos comuns, que ocorrem pelo menos duas vezes por ano, quando a Lua passa pela sombra da Terra.

Curiosidades sobre a Lua
• Hoje há computadores que medem as órbitas dos planetas e podem prever rapidamente eclipses. Mas desde o século 6 antes de Cristo os filósofos gregos já eram capazes de calcular quando esses fenômenos iriam ocorrer.
• Por ter uma massa – o que costumamos chamar, popularmente, de peso – 81 vezes menor do que a da Terra, a Lua também tem a gravidade bem menor. Por isso, se pudéssemos passear pelas crateras lunares, iríamos nos sentir muito mais leves, ainda que o nosso peso continuasse o mesmo daqui da Terra!
• Na Lua, não há atmosfera como no nosso planeta, somente alguns gases que ficam na superfície.
• As temperaturas durante o ‘dia’ na Lua podem chegar até 127 graus Celsius – quente o suficiente para torrar qualquer ser vivo! Já quando é noite na Lua, o fundo de algumas crateras registra 240 graus Celsius negativos.

Pois é: para que vejamos um eclipse, é preciso que o Sol, a Terra e a Lua estejam alinhados. Isso porque o Sol, ao lançar seus raios em direção ao nosso planeta, ilumina-o pela metade (a outra metade, que está voltada para a Lua, fica no escuro). Como a Terra é bem maior do que a Lua, a luz do Sol forma uma enorme sombra no espaço. Na Lua cheia, se ela se posiciona bem atrás da Terra, passando exatamente pela sombra do planeta, temos um eclipse: veremos a Lua escurecer aos pouquinhos, à medida que a enorme sombra redonda terrestre a encobre.

Um eclipse lunar pode ser total – quando a sombra da Terra cobre toda a Lua – ou parcial – quando a sombra cobre apenas um pedaço do satélite. Em um eclipse total, a Lua costuma ficar com um tom laranja. O astrônomo Fernando Vieira, da Fundação Planetário do Rio de Janeiro, conta que isso acontece porque a luz solar, quando bate na Terra, é desviada pela atmosfera. “Nessas condições, a atmosfera absorve todas as cores, com exceção do tom alaranjado que vemos refletido na Lua”, explica o pesquisador.

Agora que você já sabe detalhes sobre o eclipse, é hora de se preparar para vê-lo de perto. Em muitas cidades, grupos de cientistas vão se reunir em observatórios e planetários para não perder nenhum segundo desse fenômeno tão especial. Portanto, vale a pena tentar conseguir um binóculo ou mesmo visitar uma instituição de pesquisa do seu município para tentar acompanhar, com o auxílio de um telescópio, a Lua sendo coberta pela sombra da Terra.

E, na hora do eclipse, olho vivo no céu, porque o astrônomo Luis Guilherme Haun, que também faz parte do grupo de pesquisadores da Fundação Planetário do Rio de Janeiro, avisa: “Fiquem atentos a um astro bem brilhante próximo à Lua. É o planeta Saturno. Ambos estarão juntos na constelação do Leão.”

Se só há eclipse quando a Lua está cheia, por que não há eclipse todos os meses?
“Isso acontece porque nem sempre a Lua passa exatamente na sombra da Terra”, conta Luis Haun, astrônomo da Fundação Planetário do Rio de Janeiro. “Quando gira em torno da Terra, a Lua, na maioria das vezes, passa um pouco acima ou abaixo da sombra terrestre.”