Rasante pré-histórico

A réplica mostra como era o pterossauro chinês Jeholopterus ningchengensis, que viveu há cerca de 140 milhões de anos. O estudo do fóssil desse animal indicou que répteis voadores como ele tinham total controle sobre o seu voo (foto: Museu Nacional/UFRJ).

Hoje você olha para o céu e vê muitas aves. Mas, se pudesse voltar à pré-história, encontraria répteis dominando os ares. Estamos, sim, falando dos pterossauros – animais que viveram há 220 milhões de anos. Mas será que esses antigos répteis voavam com a desenvoltura das aves?

Pesquisadores do Brasil, da Alemanha, da China e da Inglaterra acabam de descobrir que os pterossauros possuíam total controle de seu voo: podiam esticar e retrair as asas, indo para várias direções com estabilidade. Portanto, eles não planavam simplesmente, eram capazes de sair de uma superfície e permanecer no alto por um tempo.

Pterossauro chinês

Os cientistas chegaram a essa conclusão após estudarem o fóssil do pterossauro Jeholopterus ningchengensis. Encontrado em 2002 na Mongólia Interior, no nordeste da China, o fóssil tem aproximadamente 140 milhões de anos de idade e uma característica rara: nele está preservada a membrana que forma a asa do animal.

Ao analisá-la, os pesquisadores perceberam que ela era mais resistente do que imaginavam. Assim, concluíram que o pterossauro podia voar de uma maneira muito melhor do que se acreditava que ele fosse capaz.

Mais descobertas

Estruturas – que até parecem pelos, mas não são exatamente isso – também foram encontradas sobre a membrana alar e indicam que os pterossauros controlavam a temperatura do corpo. Os cientistas afirmam isso porque os bichos atuais que têm essa capacidade – como morcegos e aves – também são cobertos por estruturas que surgem sobre a pele.

“A descoberta deste material prova que os ossos e as demais estruturas do corpo dos pterossauros estavam organizadas de uma forma que não se vê em nenhum outro animal com coluna vertebral”, conta Alexander Kellner, do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, um dos participantes da pesquisa. Para você ver que esses répteis voadores são mesmo bichos sem igual!