Raias na mira

O que você sabe sobre as raias? Em uma rápida pesquisa pela internet é possível encontrar algumas informações, mas a própria ciência continua atrás de muitos detalhes ainda desconhecidos sobre esses bichos – por exemplo, os locais que percorrem ao longo do ano. Para resolver esse mistério, pesquisadores brasileiros estão fazendo um estudo com uma nova tecnologia chamada telemetria.

Ela funciona como um sistema de comunicação sem fio. Primeiro, os cientistas capturam os animais e prendem neles um equipamento emissor de sinais. Depois de devolvê-los à água, passam a monitorar esses impulsos para acompanhar os deslocamentos dos bichos. “Os dados podem ser enviados por ondas de rádio, impulsos sonoros ou via satélite”, explica o biológo Otto Gadig, da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp).

Tanto na água salgada quanto na doce, as raias escolhidas foram animais de porte médio que vivem mais perto do fundo. Supostamente, elas se deslocam menos do que aquelas que habitam a superfície. Assim, a chance de ficarem mais próximas dos receptores instalados no mar é maior (Foto: Projeto Raias de Ubatuba)

Tanto na água salgada quanto na doce, as raias escolhidas foram animais de porte médio que vivem mais perto do fundo. Supostamente, elas se deslocam menos do que aquelas que habitam a superfície. Assim, a chance de ficarem mais próximas dos receptores instalados no mar é maior (Foto: Projeto Raias de Ubatuba)

A telemetria já vem sendo usada em estudos com tubarões e raias por todo o mundo. No caso da pesquisa brasileira, marcadores eletrônicos do tamanho de uma pilha AA são presos à base da cauda das raias e emitem pulsos sonoros em intervalos regulares, que são captados por receptores submersos. “Quando o bicho passa perto do aparelho, ele registra os sons e os armazena num chip interno”, acrescenta o biólogo Domingos Garrone Neto, também da Unesp.

Desde 2011, o grupo estuda as raias de água doce do Alto Rio Paraná e as de água salgada do Parque Estadual Marinho da Ilha de Anchieta, no litoral norte de São Paulo. No primeiro local, eles utilizaram o método sonoro e as ondas de rádio. Já no ambiente salino, apenas as marcas sonoras.

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Encontrar e capturar as raias para a pesquisa deu um trabalho danado. “Foi um processo bem longo até conseguirmos encontrar, capturar e marcar as raias com os transmissores. Instalar os aparelhos que recebem os dados também foi trabalhoso”, conta Domingos.

Por enquanto, os resultados da pesquisa ainda são muito iniciais, mas já dá pra ver que as raias parecem se movimentar bastante! Agora, será preciso estudar esse comportamento para entendê-lo melhor. Eu estou curiosíssima para saber o que mais os cientistas vão descobrir, e você?

Matéria publicada em 10.10.2013

COMENTÁRIOS

  • Anna Elise

    Eu também!Aliás, eu tenho uma raia de pelúcia e eu a acho fofinha!

    Publicado em 10 de dezembro de 2018 Responder

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Renata Fontanetto

Meu sonho é montar um museu super colorido, onde todas as brincadeiras de criança são permitidas! Amo fazer ciência em casa. No trabalho, então, é mais divertido ainda!

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