Quem quer ser cientista?

Cientistas podem estudar coisas tão pequenas que não conseguimos enxergar, ou tão gigantescas que nem conseguimos imaginar. Podem investigar o corpo humano, o DNA das plantas, a composição química das estrelas. Mas cientistas são gente como a gente, comem, conversam, se divertem, dormem. Por isso, muitas vezes seu objeto de estudo pode estar diretamente relacionado às situações do cotidiano – e qualquer pessoa pode identificá-lo.

Joana Meneguzzo Pasquali, vencedora do Prêmio Jovem Cientista na categoria estudante de ensino médio, apresenta o seu Detectox. O dispositivo é capaz de identificar a presença de produtos tóxicos no leite. (foto: divulgação / Prêmio Jovem Cientista)

Joana Meneguzzo Pasquali, vencedora do Prêmio Jovem Cientista na categoria estudante de ensino médio, apresenta o seu Detectox. O dispositivo é capaz de identificar a presença de produtos tóxicos no leite. (foto: divulgação / Prêmio Jovem Cientista)

Foi o caso de Joana Meneguzzo Pasquali, aluna do ensino médio Colégio Mutirão de São Marcos, no Rio Grande do Sul. Ela viu, nos noticiários locais, que as indústrias de leite de sua região estavam misturando ao produto substâncias tóxicas que fazem mal à saúde humana. Começou, então, a pensar numa solução e, com a ajuda de uma professora, desenvolveu um teste capaz de detectar a fraude. Com esse projeto, chamado fitas Detectox, Joana recebeu, aos 17 anos, o Prêmio Jovem Cientista.

Desde 1981, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) escolhe, a cada ano, jovens pesquisadores que tenham desenvolvido projetos interessantes em sua escola ou universidade. Em 2015, o tema do prêmio foi segurança alimentar e nutricional – o que caiu como uma luva para o projeto de Joana, escolhido entre mais de 1.900 inscritos.

Para identificar possíveis fraudes no leite vendido em sua cidade, ela montou um teste simples: um pedaço de filtro de café embebido com reagentes químicos que indicam a presença de substâncias indesejadas. Assim, para testar determinada amostra de leite, basta pingar uma gota do líquido sobre a fita de teste. Se houver adulteração, o papel muda de cor.

A pesquisa começou com um problema bem prático: na região onde Joana vive, algumas amostras de leite estavam contaminadas com substâncias tóxicas. O objetivo de Joana, então, foi desenvolver um teste capaz de detectá-las. (foto: Adaptado de liz west / Flickr / (a href=https://creativecommons.org/licenses/by/2.0)CC BY 2.0(/a))

A pesquisa começou com um problema bem prático: na região onde Joana vive, algumas amostras de leite estavam contaminadas com substâncias tóxicas. O objetivo de Joana, então, foi desenvolver um teste capaz de detectá-las. (foto: Adaptado de liz west / Flickr / (a href=https://creativecommons.org/licenses/by/2.0)CC BY 2.0(/a))

“O leite é um dos alimentos básicos da alimentação, por isso é importante para a população controlar a sua qualidade”, destaca Joana. “Sabendo que o consumidor possui uma forma de descobrir as fraudes, as empresas ficarão desencorajadas para realizar as adulterações”.

O trabalho de Joana começou com uma questão bem simples: avaliar a qualidade do leite que ela comprava no supermercado. E você, consegue identificar problemas como este em seu dia a dia? Qual a sua ideia para solucioná-los?