Prevendo o futuro… do clima

Setembro tem sido um mês agitado para os cientistas que trabalham com o clima. Pesquisadores de todo o mundo estão ansiosos para saber quais serão as próximas previsões sobre o futuro de nosso planeta.

Nos próximos dias, serão divulgados informes do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), um grupo de milhares de cientistas, que, de tempos em tempos, elabora relatórios para nos dizer o que pode acontecer com o clima da Terra. Será que vai ficar mais quente? Mais frio? Vai chover mais?

sol por trás da vegetação

Cientistas de todo o mundo estão ansiosos para saber qual será o futuro do clima de nosso planeta. Enquanto o IPCC se preocupa com a análise do clima global, o PBMC está interessado no que pode acontecer com clima no Brasil e na América do Sul (Foto: Henrique Kugler)

O IPCC é formado por cientistas de vários países, incluindo o Brasil. Há pouco tempo, criamos aqui também uma iniciativa semelhante, o Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC), que divulgou seu primeiro relatório no início do mês. As novidades não são muito animadoras…

Alguns já estão carecas de saber: ao longo das próximas décadas, a temperatura pode aumentar. Além disso, os eventos extremos – como grandes chuvas, tempestades, enchentes e deslizamentos ou ondas de calor – podem se tornar mais comuns e mais graves.

Na Amazônia, a temperatura pode subir de 5 a 6 graus Celsius. Já no Nordeste do Brasil, a preocupação é que as chuvas – que não são tão abundantes por lá – podem ficar ainda mais raras. Enquanto isso, no Sul e no Sudeste, podemos esperar aumento das chuvas e dos desastres naturais. Além disso, no Sul a temperatura pode aumentar em até 3 graus Celsius.

Segundo o climatologista José Marengo, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, as mudanças do clima são fenômenos naturais, mas o homem pode, sim, contribuir para agravá-las. O pesquisador, que participa tanto do IPCC quanto do PBMC, explicou à CHC Online que, quando urbanizamos áreas naturais ou habitamos áreas de risco – como encostas de morros ou proximidades de rios – ficamos mais vulneráveis aos eventos climáticos.