Você acreditaria se alguém dissesse que viu por aí um sapo tão pequeno, mas tão pequeno que não é maior do que a unha de um adulto? Então, saiba que animais assim existem – e um deles acaba de ser encontrado em um lugar onde nunca antes havia sido localizado: o estado de Santa Catarina. O minúsculo sapinho – que pertence à família Brachycephalidae e está entre os menores animais terrestres com coluna vertebral do mundo – foi fotografado, filmado e ainda teve o seu coaxar gravado (para ver e ouvir esse material, clique aqui)!
Os responsáveis por encontrar e registrar a presença do minúsculo sapinho no território catarinense foram a educadora ambiental Elza Nishimura e o ambientalista Germano Woehl Jr., ambos do Instituto Rã-Bugio para a Conservação da Biodiversidade, uma organização não-governamental voltada para a preservação da mata atlântica. Eles sabiam que os sapos da família Brachycephalidae já haviam sido encontrados do Espírito Santo ao Paraná, ou seja, até no estado vizinho de Santa Catarina. Então, suspeitaram que havia possibilidade de esses animais também existirem em território catarinense.
Curioso!
A reprodução dos anfíbios da família Brachycephalidae acontece fora d’água. Ou seja, os sapos não passam, primeiro, pela fase de girino. Eles nascem já na forma adulta a partir de ovos depositados embaixo das folhas, galhos e troncos das árvores caídas, em decomposição, no chão da floresta.
Há cerca de cinco anos, eles realizam buscas em áreas da Serra do Mar acima de mil metros de altitude – o lugar onde, em geral, os sapinhos vivem, assim como na mata atlântica. Em janeiro deste ano, veio a recompensa: um dia, ao investigarem uma floresta ainda preservada, eles ouviram coaxares, ficaram atentos e… encontraram o sapinho, prontamente batizado de pingo de ouro!
“Demos a ele esse nome por conta do seu minúsculo tamanho e também por sua cor meio dourada, meio alaranjada”, contou Elza Nishimura à Ciência Hoje das Crianças. “Temos certeza de que se trata de um macho porque somente eles coaxam”. Após ser filmado e fotografado, o sapinho seguiu seu caminho. Ainda não se sabe a qual espécie ele pertence. Mas, quem sabe, a partir das imagens e do som do animal localizado, algum pesquisador não consegue identificá-lo?