Era uma vez um menino chamado Juca, que nasceu em Taubaté, estado de São Paulo, no dia 18 de abril de 1882. Quando Juca era criança, não havia brinquedos tão sofisticados quanto os de hoje em dia. Sabe o que ele fazia para se divertir? Usando a imaginação, transformava sabugos de milho em bonecos e chuchus com palitos espetados em cavalos. Juca também adorava ir à biblioteca da casa de seu avô: os livros de viagens e aventuras eram os seus favoritos.
O nome completo do menino dessa história é José Bento Monteiro Lobato. Isso mesmo: foi ele quem criou a turma do Sítio do Picapau Amarelo e escreveu livros para contar as aventuras de Dona Benta, Pedrinho, Narizinho, Emília, Tia Nastácia, Visconde de Sabugosa e tantos outros personagens.
Dona Benta é uma avó dedicada, muito culta e excelente contadora de histórias. Seus netos, os primos Pedrinho e Narizinho, adoram brincadeiras e aventuras. Emília é uma boneca de pano falante e muito curiosa, que vive tendo idéias engraçadas. Tia Nastácia é uma ótima cozinheira e sabe tudo de folclore e cultura popular. Visconde de Sabugosa é sabugo de milho que mais parece um cientista.
Provavelmente, você já assistiu a muitos episódios do Sítio do Picapau Amarelo, programa que ainda é exibido na TV. Pois saiba que as aventuras da turma do Sítio já foram adaptadas para a televisão várias vezes. A primeira foi em 1952, na TV Tupi, uma emissora que não existe mais. A segunda foi entre 1977 e 1986, já na TV Globo. Em 2001, o Sítio voltou à televisão, mas as histórias foram atualizadas: no programa, diferentemente dos livros de Monteiro Lobato, Pedrinho e Narizinho têm acesso à internet.
Apesar de seu grande carinho pelas crianças, Monteiro Lobato também se dedicou aos adultos. Para denunciar a pobreza do sertão brasileiro, ele escreveu o livro Urupês , composto por diversos contos e dois artigos. Um dos artigos apresenta o personagem Jeca Tatu, caipira que não freqüentou a escola e sofre de muitas doenças por causa da falta de higiene.
Pintura
Monteiro Lobato realmente gostava de arte, mas não apreciava as pinturas modernas: preferia o estilo tradicional. Certa vez, ele escreveu no jornal O Estado de São Paulo que a exposição de Anita Malfatti era muito ruim. Essa pintora desenhava as coisas como ela sentia e não como são na realidade. Ela acabou ficando muito famosa e Monteiro Lobato foi bastante criticado por não ter entendido seus quadros. Embora não gostasse das inovações na pintura, Monteiro Lobato mudou o antigo modo de escrever, da mesma forma como Anita Malfatti transformou o velho jeito de pintar.
Monteiro Lobato adorava pintar quadros, desenhar paisagens e pessoas, fazer caricaturas, tirar fotografias e escrever poesias. Aliás, foi escrevendo lindos versos que conquistou Dona Purezinha, sua esposa.
No começo, o casal morava no interior do estado de São Paulo e ele trabalhava como jornalista. Mais tarde, herdaram algumas terras e ele se tornou fazendeiro. Depois, mudaram-se para a capital do Estado, onde ele fundou a primeira editora de livros no Brasil, a Monteiro Lobato & Cia. O escritor faleceu em 1948. Em sua homenagem, comemora-se o Dia Nacional do Livro Infantil na data do seu aniversário, 18 de abril.
Os textos sobre Monteiro Lobato foram escritos com a colaboração dos professores João Luís Ceccantini, da Universidade Estadual Paulista, e Darcilia Simões, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.