Responda rápido: ao sair correndo pelas escadas do palácio, o que a Cinderela perde? Se você respondeu sapatinho de cristal, errou. A Cinderela dessa história é muito moderna e perde nada mais nada menos do que um celular! Assim começa a história recontada por Mariana Brás, aluna da Escola Municipal Josino Alvim, que fica em Piumhi, em Minas Gerais.
Ela faz parte do grupo de leitores que, baseados na proposta da CHC 260, decidiram recontar uma história clássica. Confira:
“Ao dar as badaladas da meia-noite, Cinderela saiu correndo do palácio. Quando descia as escadarias, perdeu seu celular, mas ela não percebeu. Saiu correndo, entrou em limusine e se foi. A pedido do rei, os guardas do castelo foram atrás dela, só que, numa curva, a limusine de Cinderela se transformou e os guardas continuaram seguindo em frente. Cinderela foi para sua casa e continuou a trabalhar como se nada tivesse acontecido, porém, triste com a perda.
O príncipe do castelo ordenou que os cavaleiros do reino o acompanhassem de casa em casa para que cada mulher, de reinos vizinhos ou distantes, tentasse, com três chances, desbloquear o celular, e, assim, quem conseguisse, se transformaria na princesa do reino, pois o príncipe a queria muito como sua esposa.
Assim, sem demora, a ordem foi obedecida. Os cavaleiros passaram de casa em casa para que as mulheres tentassem desbloqueá-lo. A madrasta da Cinderela ficou sabendo da notícia e foi logo avisar para as suas duas filhas. Cinderela escutou, ficou toda empolgada e falou:
– O príncipe virá aqui! Vou me arrumar!
A madrasta ouviu e ficou furiosa. Quando Cinderela entrou em seu quarto para se arrumar, a madrasta trancou-a no quarto, para que não aparecesse diante do príncipe.
Quando o príncipe, acompanhado pela comitiva real, chegou e tocou o interfone, a madrasta atendeu a porta.
– Tem alguma moça aqui?
– Sim, estas aqui – respondeu a madrasta.
– São só estas?
– Sim, só!
As duas filhas tentaram desbloquear o celular com três chances, mas não conseguiram. Decepcionado, o príncipe falou:
– Bem, então já vou indo.
Só que, antes de ele ir, Cinderela desceu as escadas falando:
– Espere! Ainda tem eu!
Ela conseguiu abrir a porta com seu moderno canivete abridor de portas que havia escondido em seu quarto para eventuais necessidades. Na primeira tentativa, conseguiu desbloquear o telefone.
O príncipe, encantado com sua beleza, devolveu o celular e a levou para o castelo real e lá se casaram e viveram felizes para sempre, menos a madrasta, que, além de perder sua empregada, ainda foi condenada pela justiça trabalhista a pagar todos os direitos de Cinderela: fundo de garantia, férias, 13° salário, seguro desemprego…”