Desta você não sabia: as ostras precisam escolher suas casas ainda pequeninas, e, para isso, baseiam-se nos sons que ouvem ao seu redor! A descoberta foi anunciada por pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos.
A ostra adulta é um organismo séssil – ou seja, incapaz de se locomover por conta própria. Mas, quando jovem, ela tem certa mobilidade. Antes de formarem sua concha e adquirirem aquele aspecto pedregoso que conhecemos, as ostras passam por um estágio em que são pequeninas e indefesas larvas, que nadam nas águas do mar.
Poucos sabem, mas é nesse momento que as ostras se veem diante de uma grande responsabilidade: precisam escolher, ainda bebês, o local onde irão passar o resto de suas vidas. Imagine só – é como se você tivesse de escolher, ainda criança, o bairro onde irá morar para sempre!
Na hora de tomar essa decisão, as ostras parecem ter uma técnica muito curiosa da qual ninguém desconfiava. Na fase larval, elas ouvem os ruídos ao seu redor e, com base neles, decidem onde irão se fixar.
Nós, humanos, nem sempre ouvimos, mas há muita barulheira em recifes de coral, por exemplo. São muitos e muitos bichos que ficam zanzando e emitindo diversos ruídos… “As larvas se guiam pelo som para encontrar o local mais adequado para elas”, conta a bióloga Juliana Américo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Chegar a essa conclusão não foi fácil. A equipe de cientistas só conseguiu perceber isso após vários experimentos com ostras tanto em laboratório quanto em condições naturais. É a primeira vez que um estudo sugere a influência dos sons no comportamento de moluscos!
“No mundo subaquático, os sons viajam longas distâncias, e a natureza do ruído diz muito sobre como é um determinado ecossistema”, contou à CHC Online a ecóloga Ashlee Lillis, que participou da pesquisa. Ela explica que larvas de ostras – assim como de caramujos, ouriços, entre outros animais – viajam longas distâncias até encontrarem um local adequado para se fixar. Vida difícil, não acha?