A floresta amazônica é o lar de muitos macacos. São tantas espécies diferentes que vivem lá! Normalmente, elas convivem em grupos – cada uma em seu próprio território. Mas agora cientistas descobriram que diferentes espécies de macacos podem compartilhar seu espaço umas com as outras!
É o caso do macaco-de-cheiro-de-cabeça-preta (Saimiri vanzolinii). Quem diria? Ele foi visto dividindo seu território com o macaco-prego (Sapajus macrocephalus). “Percebemos que, entre as diferentes espécies observadas, o macaco-de-cheiro é o que mais compartilha seus recursos, como território e alimentos”, explica o biólogo Rafael Rabelo, do Instituto Mamirauá.
Para conseguir observar os macacos na floresta, os cientistas instalaram várias plataformas escondidas por entre as árvores, suspensas a cerca de cinco metros do chão. Nelas, colocaram bananas – que funcionavam como iscas para atrair os macacos.
Assim que um deles aparecia, uma câmera fotográfica automática registrava a visita. Dessa maneira, os pesquisadores puderam analisar se, nas fotos, os bichos apareciam sozinhos, em grupos da mesma espécie ou em grupos de diferentes espécies.
“Foi uma surpresa descobrir que o macaco-de-cheiro-de-cabeça-preta estava mesmo dividindo seu território e seu alimento com o macaco-prego”, disse Rafael.
O biólogo explicou que, para observar ainda melhor os macacos, os pesquisadores usaram outra estratégia: assim que o animal se aproximava do cacho de banana, ficava temporariamente aprisionado em uma espécie de gaiola. Mas não se preocupe – ele ficava lá numa boa, só comendo bananas, até que os pesquisadores chegassem para estudá-lo de perto. Uma vez coletadas as informações sobre a espécie, ele era solto e voltava à sua rotina pela floresta.