Faltou pouco para que o mico-leão dourado existisse apenas em fotografia ou na lembrança de quem teve a sorte de avistá-lo em alguma floresta. Esse animal correu sério risco de extinção, mas hoje, após o esforço de ecologistas, o nível de ameaça está bem menor. Outro animal encontrado no Brasil, o rato vermelho, é personagem de uma história incrível: sua extinção foi dada como certa, pois ele não era visto desde o início do século. Mas não é que no ano 2000 localizaram um indivíduo da espécie em Nova Friburgo?
Por essas e outras, é importante saber exatamente quais os seres vivos que têm a chance de desaparecer do planeta. De tempos em tempos, um documento chamado Lista Vermelha, realizado pela União Mundial para a Natureza, é divulgado com os nomes de espécies de plantas e animais do mundo inteiro que estão ameaçados de extinção. Para realizá-lo, cerca de 7 mil pesquisadores de todo o mundo fazem estudos e buscas exaustivas levando em conta informações sobre os hábitats, as populações e as medidas de conservação existentes.
A lista de 2000 traz resultados nada animadores. Mais de 11 mil espécies estão ameaçadas. Desde 1996, data da última lista, o número de animais citados cresceu de 5205 para 5435. Na nova relação, ocupamos uma triste posição: o Brasil é o terceiro país com o maior número de mamíferos ameaçados. Além disso, em nosso país, duas espécies de insetos e três de moluscos estão extintas, enquanto outras 53 estão correndo sério risco de desaparecer. “Há um pássaro, conhecido como mitu mitu, que foi visto pela última vez na década de 80 no Brasil e está provavelmente extinto”, explicou Caroline Pollock, organizadora da lista internacional.
Mas afinal, o que faz tantos seres vivos estarem em risco? “A caça é apontada como o principal motivo de extinção de animais”, explica Helena Bergallo, uma das organizadoras da lista do Rio de Janeiro. “Entretanto, o que mais tem causado problemas é a destruição do meio ambiente onde eles vivem.” Em 500 anos, 816 espécies foram extintas por influência do homem. Os mamíferos e os pássaros são os que mais sofrem, principalmente no Brasil, na Indonésia, na Índia e na China. Já as plantas têm uma quantidade maior ameaçada em países de América Central e do Sul, África e Ásia.