Tem biscoito na areia?


Se você já sonhou em nadar num mar de biscoitos, saiba que isso é possível! Mas guarde a fome pra depois, porque esta bolacha não é de comer. Parente do ouriço-do-mar, a bolacha-do-mar tem o corpo achatado como um biscoito – daí o seu nome.

Para passear pelo oceano, as bolachas usam milhares de pés que grudam no fundo do mar por uma espécie de ventosa. E, como esse passeio gasta energia, a bolacha precisa se alimentar bem. Para isso, usa os pés e também os espinhos curtos que tem pelo corpo para capturar grãos de areia e levar até a boca. A areia é triturada por cinco poderosos dentes para que, no intestino, a bolacha possa absorver os pequenos nutrientes – restos de algas ou peixes e outros animais – presos nos grãos.

bolacha-do-mar adulta tem o corpo achatado e com pequenos espinhos (Foto: Alvaro Migotto)

Assim como acontece com os outros animais, existem bolachas-do-mar machos e fêmeas. Em certos períodos do ano, o macho libera células reprodutivas chamadas espermatozoides, que nadam para fecundar os óvulos liberados pelas fêmeas, gerando o embrião. O novo embrião nada com a ajuda de cílios e, em poucos dias, se torna uma larva chamada plúteos. Muito esperta, ela passa dias se alimentando de microalgas até ir para o fundo do mar e se transformar em uma bolacha adulta.

Apesar de viver em fundos arenosos, a bolacha-do-mar não fica totalmente enterrada. Segundo Bruno Vellutini, do Centro de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo, existem cerca de 150 espécies e as maiores podem durar até 50 anos! Dependendo da espécie, seu tamanho pode variar entre cinco e trinta centímetros. Você pode ver uma bolacha em águas rasas ou profundas, e elas estão espalhadas por todos os oceanos do planeta.

A larva plúteos tem formado de nave espacial e se alimenta de microalgas. (Foto: Alvaro Migotto)