Recentemente, pesquisadores descobriram na China um inseto enorme: ele tem 21 centímetros de envergadura, nome dado à distância entre uma asa e outra. Mais comprido do que muitos roedores, o megalóptero, também conhecido como bicho-maringá, ganhou o título de maior inseto aquático já visto com vida. Até então, o recorde pertencia a uma libélula sul-americana, que tem 19 centímetros.
Não pense que esses são os únicos gigantescos. Existem muitos outros insetos enormes, como o bicho-pau Phobaeticus chani, que vive em uma ilha asiática chamada Bornéu – a fêmea da espécie chega a medir 35 centímetros.
Mas por que será que eles atingiram esse tamanho todo? A explicação mais aceita pelos cientistas está na disponibilidade de oxigênio que esses bichos encontram no ambiente ao seu redor.
“Os insetos não respiram como nós humanos”, diz o biólogo Luiz Felipe Lima, do Laboratório de Ecologia de Insetos, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. “Em vez de um nariz, eles têm pequenos buraquinhos que recebem o oxigênio e são passados para as células por pequenos tubos chamados traqueias, que não ficam na cabeça, mas ao longo do resto do corpo”.
Com isso, para respirar, os insetos dependem da entrada de ar pelas pequenas traqueias – diferentemente de nós humanos, que contamos com um coração capaz de bombear sangue rico em oxigênio rapidamente por todo o corpo. “O processo de respiração dos insetos ocorre apenas por difusão e, por isso, o transporte de oxigênio é menos eficiente do que na respiração humana” adiciona Luiz Felipe. “Assim, só com bastante ar disponível eles podem crescer bastante a ponto de ficarem gigantes”.
No passado, esses insetos eram ainda maiores. Enquanto hoje em dia a atmosfera terrestre tem em sua composição 21% de oxigênio, há 300 milhões de anos esse valor chegava a 35%. “Já houve insetos muito maiores, como os do gênero Meganeura, parentes das libélulas atuais”, conta o biólogo. “Estes insetos tinham envergaduras de até 65 centímetros, maiores do que um travesseiro!”
Luiz também explica que não vemos mais esses insetos por aí com tanta frequência porque, com o tempo, foram aparecendo também predadores maiores, especialmente aves, que tinham mais facilidade de caçá-los. “O tamanho dos insetos atuais foi moldado tanto pela diminuição de oxigênio disponível na Terra quanto pelo surgimento de predadores”, explica o biólogo.
No Brasil também temos insetos gigantes, como o besouro-serra-pau (Titanus giganteus), que chega a mais de 17 centímetros de comprimento e é a maior espécie de besouro do mundo.
Esses insetos são muito interessantes nas fotos, mas será que você teria coragem de encará-los ao vivo?