Falar é uma das formas mais comuns de comunicação. Porém, para as pessoas surdas, os gestos ou sinais são a maneira mais fácil de se expressar e, claro, de entender os outros. Você sabia que, assim como nós usamos a língua portuguesa, os surdos também usam uma língua própria?
No Brasil, ela foi oficializada em 2002 e recebeu o nome de Língua Brasileira de Sinais (Libras). Como o português, ela possui regras e gramática próprias, e inclui sinais para se referir a frutas, animais, objetos do cotidiano, ações…
Para aprender alguns sinais, confira um dicionário virtual de Libras.
Embora seja muito importante haver um conjunto comum de sinais para todo o país, existem também sinais que variam de região para região – aliás, a mesmíssima coisa ocorre com as palavras em português: o que chamamos de bexiga em São Paulo chama-se bola de encher no Rio de Janeiro, o que é mexerica em um lugar é tangerina em outro, e assim vai.
Em Libras, a palavra “culpa”, por exemplo, é representada de maneiras diferentes no Rio de Janeiro e na Paraíba. Em São Paulo, o sinal para a cor verde é diferente do sinal “verde” nos estados do Nordeste, e existem ainda sinais especiais para representar coisas próprias de cada lugar, como os nomes das praias e até as comidas típicas.
Pensando nisso, a pesquisadora cearense Janice Temoteo decidiu percorrer o Nordeste do país para estudar melhor os diferentes sinais que os surdos utilizavam. Ela contou com a ajuda de 32 surdos de 15 cidades e, com uma filmadora, gravou mais de dez mil sinais diferentes.
Os sinais foram transformados em desenhos que ajudam a completar um dicionário de Libras. Janice aposta que, com essa ajudinha extra, brasileiros surdos de todos os cantos poderão se comunicar melhor!