Fotografia em três dimensões?

As figurinhas holográficas são a aplicação mais popular da holografia. Este holograma apareceu na capa de uma revista. Outros aparecem em selos de segurança de embalagens e até nas cédulas de dinheiro (Foto: José Joaquín Lunazzi)

As figurinhas holográficas são a aplicação mais popular da holografia. Este holograma apareceu na capa de uma revista. Outros aparecem em selos de segurança de embalagens e até nas cédulas de dinheiro (Foto: José Joaquín Lunazzi)

Em alguns álbuns de figurinhas, há imagens metalizadas, com brilho geralmente verde ou vermelho, nas quais vemos figuras em três dimensões. São as minhas favoritas! Mas uma coisa que sempre me deixou intrigada é como essas imagens se formam. Fui investigar e descobri: o segredo é a holografia! Você sabe como ela funciona?

Holografia nada mais é que uma técnica para gerar imagens em 3D – ela se parece com a fotografia, mas oferece ao observador uma noção de profundidade que as fotos não têm. Como na fotografia tradicional, a holografia também é registrada com a ajuda de um filme especial, que depois pode ser revelado e impresso em alguns materiais.

Quem explicou tudo isso à CHC Online foi o físico José Joaquin Lunazzi, da Universidade Estadual de Campinas, especialista em holografia que usou a técnica até para fazer um retrato seu. Ele conta que a imagem tridimensional é formada a partir de feixes de luz laser jogados sobre o objeto que se deseja representar, com a ajuda de espelhos (veja a figura).

Um feixe de luz laser (1) é lançado em direção a um objeto. No meio do caminho (2), o feixe é dividido ao atravessar um espelho semitransparente. Parte da luz segue adiante, em direção ao objeto, enquanto outra parte é desviada em outra direção. A luz que chega ao objeto (3) é refletida em direção ao filme. A luz que não passou pelo objeto (4) também é refletida em direção ao filme, com a ajuda de um espelho. Quando esses dois feixes de luz se encontram (5), forma-se, por meio de um processo especial, a imagem no filme sensível à luz (Imagem adaptada de Wikimedia Commons)

Um feixe de luz laser (1) é lançado em direção a um objeto. No meio do caminho (2), o feixe é dividido ao atravessar um espelho semitransparente. Parte da luz segue adiante, em direção ao objeto, enquanto outra parte é desviada em outra direção. A luz que chega ao objeto (3) é refletida em direção ao filme. A luz que não passou pelo objeto (4) também é refletida em direção ao filme, com a ajuda de um espelho. Quando esses dois feixes de luz se encontram (5), forma-se, por meio de um processo especial, a imagem no filme sensível à luz (Imagem adaptada de Wikimedia Commons)

Após ser registrada no filme, a imagem permanece ali, mesmo se o objeto original for retirado – mais ou menos como na fotografia tradicional, que usava filmes fotográficos dentro das câmeras. E com um detalhe curioso: ainda que a holografia seja cortada em dois, quatro ou mais pedaços, em cada um deles sempre aparece a imagem completa.

Além de produzir figurinhas incríveis, a holografia também toma outras formas nos laboratórios dos cientistas. Ela é capaz, por exemplo, de formar a imagem à frente do filme, flutuando no ar. Podemos passar a mão através do holograma sem encontrar qualquer resistência. Parece filme de ficção científica!

Holografia na era da informática

Já a holografia digital, desenvolvida com a ajuda de computadores, vem sendo pesquisada para projetar imagens a partir de medidas de um objeto ou de vídeos que representem esse objeto – pode até ser uma pessoa, que se move e tudo.

A holografia é algo como a união de várias fotografias de um mesmo objeto, tiradas de ângulos diferentes. Se o objeto representado for um dado, por exemplo, o holograma vai mostrar seus vários lados. Veja, por exemplo, na imagem acima, um holograma visto de ângulos diferentes (Foto: José Joaquín Lunazzi)

A holografia é algo como a união de várias fotografias de um mesmo objeto, tiradas de ângulos diferentes. Se o objeto representado for um dado, por exemplo, o holograma vai mostrar seus vários lados. Veja, por exemplo, na imagem acima, um holograma visto de ângulos diferentes (Foto: José Joaquín Lunazzi)

Depois de realizar cálculos complexos, o computador envia as informações a um aparelho especial, que projeta feixes de luz capazes de gravar um holograma e reproduzir o objeto. Incrível, não acha?

Matéria publicada em 23.05.2013

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Camille-Dornelles

Quando criança, gostava de fazer experimentos dentro de casa e explorar o mundo. Hoje, na CHC, me sinto brincando de cientista e trabalhando como jornalista ao mesmo tempo.

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