Ele parece um rato, mas é maior, mais peludo e tem uma mordida que dói um bocado. Não sabe de quem estamos falando? Então você precisa conhecer o tuco-tuco, um roedor encontrado apenas na América do Sul e que corre o risco de sumir do mapa!
Segundo o biólogo Thales Freitas, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a preocupação é maior em relação a duas espécies: Ctenomys flamarioni e Ctenomys lami. “No litoral gaúcho, elas já estão ameaçadas de extinção”, alerta.
Uma das principais ameaças aos tuco-tucos é o avanço da construção civil. Nas planícies litorâneas do Rio Grande do Sul, mais e mais casas estão sendo erguidas sobre os terrenos onde os tuco-tucos adoram cavar buracos e fazer tocas para morar. Engenhosos, eles constroem intermináveis redes de túneis que parecem labirintos subterrâneos e raramente saem de lá – apenas quando querem comer gramíneas ou para namorar.
Outra ameaça a esses roedores é a agricultura. Com cada vez mais áreas destinadas ao plantio de soja e eucalipto no estado, os solos ficam progressivamente mais degradados. Mau negócio para os tuco-tucos: alguns deles já têm dificuldade para encontrar um lugar seguro para viver em paz.
Na tentativa de evitar a extinção desses animais, Thales coordena o Projeto Tuco-tuco, que busca aumentar a população desses roedores na região Sul. Em nosso país, existem cerca de dez diferentes espécies de tuco-tucos distribuídas, principalmente, no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, Mato Grosso e em Rondônia.