Estamos acostumados a dizer que o girassol é uma flor, mas você sabia que, na verdade, ele é formado por um conjunto de flores? Essa estrutura recebe o nome de inflorescência e, no caso do girassol, é composta por dois tipos de flores: as amarelas, que estão na borda e parecem pétalas, e as que estão no centro e formam o miolo de cor escura. Esse padrão de organização, porém, pode não ser uma regra. Há mais de 200 anos, Vincent van Gogh pintou vários girassóis e alguns deles eram bem esquisitos…
Um grupo de cientistas da Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos, descobriu que uma alteração em um gene específico torna os girassóis tão esquisitos como os que foram pintados por Van Gogh.
Esse girassol mutante é chamado pelos cientistas de “duplamente florido”. Nesse caso, a mutação faz com que as flores do miolo se transformem em flores amarelas e alongadas como as que ficam na borda da inflorescência.
De acordo com o biólogo Mark Chapman, um dos autores do estudo, esses mutantes dificilmente seriam encontrados na natureza, porque têm dificuldade de se reproduzir. Até agora, foram vistos apenas em cultivos onde a reprodução das plantas é auxiliada pelos produtores. “Eu imagino que Van Gogh comprou esses girassóis de um vendedor que estava plantando um estoque ou esbarrou com eles por acaso”, explica.
Durante as pesquisas, os cientistas ainda se depararam com mais um mutante, chamado de “tubular”. Nele, outras alterações no mesmo gene têm o efeito contrário: fazem com que as flores da borda se pareçam com as flores do miolo – esse é ainda mais estranho!