É verdade que astronomia lembra telescópio, nave espacial, satélites… Mas muitos anos antes do surgimento de todas essas obras da tecnologia, o ser humano já observava o céu noturno e realizava grandes descobertas. Os gregos, por exemplo, estão entre os que mais contribuíram para o desenvolvimento da astronomia. Há 2500 anos, eles já investigavam o céu, com a ajuda de instrumentos simples, como o astrolábio. Egípcios, babilônios, árabes e turcos também foram grandes astrônomos.
Se esses povos foram capazes de grandes realizações sem um potente telescópio, que tal você também arriscar as suas primeiras observações a olho nu? Para dar uma ajudinha, a CHC On-line publicará todos os meses, ao longo de 2009, mapas do céu que vão auxiliar você na identificação de estrelas e outros astros. Essa é a nossa maneira de comemorar o Ano Internacional da Astronomia!
Para quem mora no nordeste ou está aproveitando o verão na região nesta última semana de janeiro, a dica é conferir, à noite, a estrela Rigel, integrante da constelação de Órion, quase no ponto mais alto do céu . Já no centro-oeste é possível ver, a leste, próximo à linha do horizonte, uma estrela que é 14 vezes maior do que o nosso Sol: a Betelgeuse, nome que significa “ombro do gigante” . Atrações também não faltam no norte, sul e sudeste do país. Para conferi-las, basta imprimir o mapa celeste da sua região, segurá-lo sobre a sua cabeça e, com o auxílio de uma bússola, orientá-lo de acordo com os pontos cardeais Norte (N), Sul (S), Leste (E) e Oeste (O).
Ao alcance dos olhos
“Para se começar a observar os astros não é preciso comprar nenhum equipamento. Basta usarmos o melhor instrumento disponível para isso: nossos olhos”, comenta o astrofotógrafo José Carlos Diniz, do Grupo de Astrofotografia da Fundação Planetário da Cidade do Rio de Janeiro. Segundo ele, os melhores lugares para realizar a observação são os mais distantes da forte iluminação das cidades, como serras e praias. Mas mesmo com luz em excesso é possível identificar estrelas, como as Três Marias – que, na verdade, se chamam Mintaka, Alnilan e Alnitaka –, Sirius – a mais brilhante do céu noturno! – e as que formam o Cruzeiro do Sul.
Identificar estrelas e constelações é apenas o primeiro passo para conhecer melhor o céu. Depois que você for capaz disso, pode dar alguns passos adiante. Com uma carta celeste e um bom binóculo em mãos, é possível descobrir que, no universo, há muito mais do que estrelas. Mas se o seu sonho mesmo é se ver diante de um telescópio… “Planetários e observatórios são boas pedidas para começar a observar com a ajuda de um telescópio”, explica José Carlos Diniz, que sugere ainda uma visita aos clubes de astronomia. “Eles são importantes, pois estimulam aqueles que começaram a aprender a continuar observando”.
Para o astrofotógrafo, o Universo é uma fonte inesgotável de conhecimento, e à medida que descobrimos coisas novas, ampliamos nosso horizonte. “Observar os astros nos mostra como somos pequenos, e, ao mesmo tempo, como somos grandes, pois, com nosso conhecimento, podemos abraçar o Universo à nossa volta”, opina ele.
Inimiga dos observadores de estrelas
Você sabia que a iluminação urbana é um obstáculo e tanto para quem deseja observar o céu à noite? Pois é verdade. “Quase um terço da luz é desperdiçada, pois ela acaba sendo emitida para o alto, o que atrapalha a observação astronômica”, explica o astrofotógrafo José Carlos Diniz. Segundo ele, as luminárias deveriam ser projetadas de tal forma que voltassem a luz para o chão, onde estão as pessoas e os objetos, preservando, assim, a beleza do céu.