Imagine estar brincando no seu quintal e encontrar ossos de dinossauros. Foi mais ou menos isso o que aconteceu na cidade de Agudo, no Rio Grande do Sul. Enquanto trabalhava em uma fazenda, o pedreiro Olimpio Neu achou nada menos que três esqueletos desses animais pré-históricos!
Neu e o dono da propriedade não pensaram duas vezes e chamaram pesquisadores da Universidade Federal do Pampa. O paleontólogo Sérgio Dias da Silva estava nesse grupo e conta que os animais encontrados são da mesma espécie e dois deles estão praticamente completos – uma raridade em termos de achados paleontológicos.
Os dinossauros tinham dois metros de altura e três de comprimento, do focinho até a cauda. Sua postura era semi-ereta, ou seja, um meio termo entre andar em duas ou quatro patas, e eles fazem parte do grupo dos sauropodomorfos, herbívoros com o pescoço muito longo e que acabaram originando os grandes saurópodes, que pesavam 30 toneladas e mediam 12 metros de comprimento no período Jurássico.
Ainda não é possível saber se os fósseis são de uma nova espécie, já que os estudos estão apenas começando. “Primeiro, vamos tirar os ossos do bloco de rocha e limpá-los, o que deve demorar, mais ou menos, um ano”, conta Sérgio. Só depois dessa etapa será possível conhecer mais detalhes sobre os dinossauros.
Segundo o paleontólogo, porém, já dá para ter certeza sobre idade dos ossos – entre 245 e 205 milhões de anos. “Cada período da história da Terra teve faunas e floras diferentes. Os sauropodomorfos primitivos viveram durante o período Triássico em outras partes do mundo, portanto essa descoberta também é datada como sendo do Triássico”, explica.
Ao fim dos estudos, que devem levar cerca de sete anos, os fósseis serão devolvidos a Agudo ou levados a alguma cidade vizinha para que possam ficar expostos ao público. Os cientistas também planejam criar réplicas dos esqueletos, que poderão ser colocadas em museus.