Se você ainda não leu a CHC 237, não sabe o que está perdendo! A revista traz um texto legal sobre a história do Egito, país que gera curiosidade em muita gente. Múmias, pirâmides, deuses… São tantos assuntos a pesquisar que existe até uma profissão dedicada ao assunto: a de egiptólogo. Hoje, a CHC traz a história do primeiro estudioso que mergulhou de cabeça na cultura do Egito Antigo. Com vocês, Jean François Champollion!
Nascido em 1790 na região de Figeac, na França, Champollion pertencia a uma família pobre. Era filho de um livreiro e uma dona de casa e tinha quatro irmãos. Até os sete anos, foi educado em casa pelo irmão mais velho, Jacques Joseph. Aos 16, já numa escola, apresentou seu primeiro trabalho sobre o Egito – na verdade, sobre uma língua falada por lá, chamada cóptico.
A paixão pelo país das pirâmides continuou ao longo de seus estudos e, quando se tornou professor, Champollion começou a se concentrar no estudo da língua egípcia e da arqueologia. Ele pesquisou bastante em coleções de museus, mas só foi conhecer o Egito mesmo em 1828, numa missão que tinha como objetivo recolher objetos para o Museu do Louvre, na França, e para o Museu de Florença, na Itália.
Um dos assuntos preferidos de Champollion era a Pedra de Roseta, um bloco de pedra com inscrições em três escritas diferentes: grego, hieróglifo e demótico. Ele ficou sabendo dela ainda criança, e desde então se apaixonou pelo tema. Quando adulto, teve a oportunidade de estudar esse grande achado.
“Para decifrar os hieróglifos da Pedra, Champollion estudou hebreu, árabe, síriaco, caldeu e chinês”, conta a egiptóloga Margaret Bakos, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. “Mais tarde, ele aprendeu também cóptico, etíope, sânscrito, zend, pahlevi, persa e até escritas mexicanas”.
As línguas eram seu forte e isso possibilitou a Champollion fazer uma contribuição muito importante: decifrar finalmente a mensagem da Pedra de Roseta, após anos de mistério! “Ele começou esse trabalho em 1818 e, em 1822, enviou uma carta à Academia Real da França comunicando sua descoberta”, explica Margaret. O estudo é considerado por muitos especialistas como o começo da egiptologia.
Champollion morreu em 1832, aos quarenta e dois anos. Depois de sua morte, seu irmão se empenhou para valorizar a importância de suas descobertas, e graças a esses esforços hoje reconhecemos Champollion como o primeiro egiptólogo da história.