Dinheiro… pra que dinheiro?

Há muito, muito tempo atrás, ninguém precisava de dinheiro. Os grupos humanos produziam tudo aquilo de que precisavam para viver. Quando a sociedade começou a ficar mais complexa, o pessoal começou a dividir as tarefas: uns plantavam, outros construíam casas, outros faziam móveis etc… No começo, as pessoas começaram a trocar coisas: o cara que fazia móveis trocava com o cara que criava galinhas, por exemplo.

Mas o número de coisas a serem feitas e de pessoas que precisavam de coisas foi aumentando, e as trocas começaram a dar muito trabalho. Imagine o tempo que o camarada que fazia cadeiras levava, quando estava com fome, para descobrir alguém que plantasse e que justamente estivesse precisando de uma cadeira… Não dava muito certo. Foi necessário, então, segundo Fernando Cerqueira Lima, da Faculdade de Economia da UFRJ, criar uma coisa que pudesse ser trocada por outra coisa de que a pessoa estivesse precisando, ou seja, era preciso criar um dinheiro.

Após o uso de materiais como o sal para servir de dinheiro, logo se começou a usar, para cunhar as moedas, metais como ouro e prata, que tinham algumas vantagens: eram valiosos com relação a outros metais, tinham pouco peso, não estragavam e era possível dividi-los. Já pensou se o dinheiro fosse gado? Carregar um boi até o mercado e ainda por cima ficar esperando o troco?

Com medo de serem roubadas, as pessoas colocavam seu ouro na casa de indivíduos que eram especialistas em guardar dinheiro — que hoje seriam os banqueiros. Ao receber esse ouro, os banqueiros escreviam um papel que dizia: “O senhor Fulano de Tal tem guardado junto ao senhor Sicrano de Qual tanta quantidade de ouro.” Esse papel, logo chamado moeda-papel, era um recibo do ouro depositado. Com o tempo, as pessoas passaram a não pegar de volta este ouro. Elas simplesmente passavam adiante o recibo, que também era aceito pelos comerciantes.

Alguns banqueiros começaram a emitir mais moedas-papel do que o ouro que tinham guardado consigo. Isso não significa que eles fossem trambiqueiros, mas sim que as trocas cresciam e havia necessidade de mais dinheiro circulando para que os negócios se realizassem. Para controlar a emissão de recibos pelos banqueiros, o governou criou um órgão especial para emitir as notas, que só valiam se fossem emitidas por esse banco do governo. No começo, a quantidade de notas emitidas pelo banco do governo tinha que corresponder à quantidade de ouro existente no país. Mas depois, devido à escassez de ouro e à ganância dos governos, isso passou a não acontecer mais. Hoje em dia, nenhum país emite mais notas de acordo com sua reserva de ouro.

Atualmente já existe uma tendência a que o dinheiro — notas e moedas — deixe de existir. Já existem o cheque e o cartão de crédito, com os quais transferimos o dinheiro que está depositado em nossa conta do banco para a conta do dono da loja em que fazemos nossas compras. Com o computador e a internet, então, tudo ficou diferente: muitos já fazem compras on-line, sem sair de casa ou pôr a mão no bolso… Imagine o que achariam disso as pessoas que trocavam mercadorias muitos séculos atrás!