A variedade de algas que crescem nos costões e manguezais do nosso litoral servem de alimento para muitos animais. Mas e o homem, que também é animal, pode comer algas? É claro que pode. Isso dependerá dos costumes de cada povo. Nós, brasileiros, não temos o hábito de comer algas, apesar da extensão do nosso litoral. Já na Ásia, há registros de que elas servem como alimento há pelo menos dez mil anos.
Entre todos os países asiáticos, é no Japão que as algas são mais usadas na alimentação. Mas elas também são servidas à mesa na China, na Coréia, nas Filipinas, na Indonésia, em várias ilhas da Polinésia e em algumas regiões da Irlanda e da Grã-Bretanha. Nas Américas, em geral, elas só são consumidas por alguns grupos indígenas ao longo do litoral, principalmente no Chile e no Peru. No Brasil, os índios Pataxó ocasionalmente usam-nas na alimentação.
Atualmente, graças à influência de imigrantes asiáticos e com a descoberta do valor alimentício das algas, elas passaram a fazer parte do cardápio de muitos restaurantes de comida japonesa e macrobiótica. A lista de algas comestíveis é enorme e varia de acordo com a região. Algumas das mais apreciadas no mundo crescem também na costa brasileira. Outros tipos não crescem por aqui, pois não vivem em regiões tropicais. Provavelmente, há algas que crescem no nosso litoral que ainda não tiveram seus valores alimentícios descobertos.
Mas por que comer algas marinhas? Porque elas concentram muito dos sais minerais presentes na água do mar. Assim, são importantes fontes de ferro, cálcio, fósforo e magnésio, além de conterem vitaminas A, B1, B2 e C. O nori (nome japonês da alga Porphyra), por exemplo, tem muita vitamina C e mais ferro do que o espinafre.
E como se comem as algas? Elas podem ser comidas cruas – como salada – ou cozidas, variando de acordo com o tipo. A Porphyra, por exemplo, é consumida crua, apenas seca e misturada com ovos, peixes, legumes e gergelim, ou em pratos famosos da cozinha japonesa, como o sushi, o temaki, e em sopas, biscoitos, aperitivos etc.
Hoje em dia, no litoral de São Paulo, já existe exploração de alguns tipos de algas, como a Hypnea e Gibartina. No Nordeste, os “catadores de limo”, como são conhecidas as pessoas que pegam as algas para vender, recolhem vários tipos delas que vão para a indústria. Atualmente, no Brasil, já são desenvolvidas pesquisas com algas comestíveis, para comprovar que elas fazem bem à saúde e que podem ser um negócio alternativo para os pescadores.
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