A essa altura você já deve saber: 2011 é o Ano Internacional das Florestas e uma ótima oportunidade para pensar sobre elas. Além de abrigarem uma diversidade enorme de seres vivos, cores e cheiros, as florestas nos fornecem a base para objetos muito presentes em nosso cotidiano, como o papel.
Mas não pense que, para fazer papel, é preciso sair por aí derrubando árvores – já foi assim, mas, atualmente, existem plantações de árvores feitas especialmente para esse fim. São florestas formadas por apenas um tipo de árvore, especialmente escolhido para fabricar papel.
“Antigamente, usava-se todo tipo de fibra para a produção de papel, até capim!”, conta o engenheiro florestal Helton Damin, da Embrapa Florestas. Hoje, as espécies mais usadas são o eucalipto e o pinus.
O pinus veio do hemisfério norte e o eucalipto, lá da Oceania. Mas os dois se adaptaram muito bem aos solos brasileiros e permitiram um grande aumento na produção de papel no país. “Na década de 1960, todo o papel que existia no Brasil era importado. Agora, nós até exportamos papel”, diz Helton.
Mas como a árvore vira papel? Assim que ela é cortada na floresta, seu tronco é picado em vários pedaços e apenas o recheio se tornará papel. Os galhos e folhas voltam para o solo e ajudam a adubá-lo, e a casca é usada para gerar energia por meio de sua queima.
A madeira, então, passa por uma série de processos que a tornam mais mole, retiram a lignina – substância que tornaria o papel mais escuro – e separam suas fibras. Na fábrica, o papel toma cor e forma, isto é, fica branco e achatado. E é aí que se transforma em papel de caderno, de livro e até de parede! “Cada árvore de eucalipto fabrica cerca de 23 resmas de papel A4”, conta o engenheiro.
Agora vamos fazer as contas: se cada resma tem 500 folhas, quantos cadernos escolares (de 90 folhas) podem ser feitos com uma árvore? Se você disse 128, acertou!