Nos contos-de-fadas, o lobo é quase sempre o vilão. Quem não se lembra de Chapeuzinho Vermelho, ou de Os Três Porquinhos? Essas e outras histórias famosas surgiram na Europa, onde vivem os lobos-cinzentos, cujo nome científico é Canis lupus (“cão” e “lobo” em latim). Os lobos-cinzentos formam grupos chamados matilhas, e juntos podem caçar grandes animais, como veados e alces.
No passado, à medida que os humanos foram se mudando para novas regiões, passaram a ocupar territórios onde os lobos-cinzentos viviam. Não demorou muito para as matilhas atacarem ovelhas, vacas e outros animais domésticos, despertando a ira dos fazendeiros. Por conta disso, durante séculos os lobos foram considerados inimigos, sendo caçados, e, em algumas regiões, até extintos.

Os lobos-cinzentos são nativos da América do Norte, Europa, Ásia e norte da África, mas, por causa da caça excessiva no passado, desapareceram de muitas regiões, como o Reino Unido e o Japão. O cachorro-doméstico é uma subespécie de lobo-cinzento. (foto: Sakarri / Flickr / CC BY-NC-SA 2.0)
Porém, com o passar do tempo, as pessoas perceberam a importância dos lobos-cinzentos para o equilíbrio da natureza. Assim, medidas foram tomadas para garantir a sobrevivência da espécie e de suas presas naturais, e também para evitar ataques aos rebanhos de fazendeiros.
A má fama dos lobos-cinzentos – injustificada, como você viu – acabou se espalhando para todos os cantos do mundo e chegou até o Brasil. Não existem lobos-cinzentos por aqui, mas nosso país é lar de um parente distante deles, que conhecemos como lobo-guará. Só pelo nome, nosso lobo já mete medo em muita gente… Mas que bobeira!
Os lobos-guarás vivem principalmente em áreas abertas naturais do Cerrado e dos Pampas do Brasil, e em algumas regiões de países vizinhos. Seu nome científico, Chrysocyon brachyurus, nos diz um pouco sobre suas características – em grego, significa “cão dourado de cauda curta”, e combina com o animal de pelagem alaranjada e cauda pequena se comparada com o resto do corpo. Já as orelhas são longas e as pernas são bem compridas, o que faz os lobos-guarás parecerem um tanto desengonçados.

Os lobos-guarás são animais tímidos e evitam o contato com o ser humano. Apesar de não oferecerem perigo, ainda são caçados em muitas regiões do Brasil, o que é crime. A caça e a destruição do seu habitat natural são as principais ameaças a esta bela espécie, que corre risco de extinção. (foto: Spencer Wrigth / Flickr / CC BY 2.0)
Muita gente acha que “lobo-guará” significa “lobo-vermelho”, mas não é não! Os indígenas conheciam esses animais como aguará-guazú (o aguará grande) – nome pelo qual ainda são chamados em outros países onde ocorrem. Aguará (que depois virou guará) é uma palavrinha misteriosa, que os pesquisadores não sabem direito como surgiu. Alguns, porém, acreditam que possa ser uma variação de jaguara (“fera”).

As lobeiras são pequenas árvores cujo nome científico é Solanum lycocarpum. O nome Solanum parece ter se originado do latim, e quer dizer “calmante” ou “confortante”, porque algumas espécies desse gênero possuem propriedades farmacêuticas usadas há séculos. Já lycocarpum significa “fruto do lobo”, uma vez que o pesquisador francês Auguste de Saint-Hilaire, que nomeou as lobeiras, sabia que seus frutos são apreciados pelos lobos-guarás. (Foto: Mauricio Mercadante / Flickr / CC BY-NC-SA 2.0)
As aparências enganam, e os lobos-guarás são feras bem tranquilas. Eles não vivem em matilhas, mas sozinhos, e só se encontram com outros da mesma espécie na época da reprodução. Além disso, enquanto seus “primos” lobos-cinzentos podem caçar grandes presas, os lobos-guarás preferem comer pequenos animais como roedores, e, acredite, muitas frutas!
A preferida deles é a fruta da lobeira, uma planta nativa da América do Sul. As lobeiras e os lobos-guarás participam de uma relação chamada mutualismo, onde as duas espécies se ajudam: as lobeiras fornecem frutos que são consumidos pelos lobos, e os lobos liberam em suas fezes as sementes das plantas, ajudando para que germinem novas lobeiras por onde passam.
Agora que você conhece um pouco mais sobre o Chrysocyon brachyurus, pense aí: será que Chapeuzinho Vermelho teria problemas se visse um lobo-guará no caminho para a casa da vovó?
Anna Elise
Acho que não, ele é muito inofensivo !
Publicado em 21 de julho de 2018
lucas gallo pereira
não porque o lobo-guará não come pessoas ele come pequenos animais e frutas da árvores lobeira
Publicado em 31 de agosto de 2020
joão pedro
não pq eles são inofenssivos
Publicado em 22 de maio de 2021
Lara Matihara
Eu amei essa matéria meu animal favorito é o lobo espero que façam mais matérias sobre eles, obrigada.
Publicado em 7 de junho de 2021
Ana Laura
Minha professora passou esse texto para nossa turma ler achei curioso e legal queria um dia encontrar um lobo Guará para eu passar carrinho nele é muito inofensivo.
Publicado em 8 de setembro de 2021
mariana pacheco
adorei a reportagem muito interessante estou no quarto a e minha professora me passou essa materia adorei!
Publicado em 5 de outubro de 2021
Alice Lima
achei muito interessante a materia e eu acho os lobos-gua´ras muito fofos
Publicado em 16 de maio de 2022
Enzo
Meu nome e Enzo sou da escola EMEF viva mais eu gostei muito dele
Publicado em 28 de julho de 2022
JEFERSON WESLEY
Eu estudo na escola EMEF viva mais,meu nome é Jeferson, gostei bastante do lobo -guará
Publicado em 28 de julho de 2022