PET, para que te quero?

Não precisa procurar muito, pois é bem fácil encontrá-lo: o PET – sigla para polietileno tereftalato – é usado na fabricação de uma porção de coisas, como garrafas de refrigerantes, águas, sucos, óleos comestíveis, medicamentos, produtos de higiene e limpeza, cosméticos e fibras têxteis. Mas você tem ideia do que é esse composto presente em produtos tão diferentes?

Resposta: um polímero termoplástico. Diz-se “polímero” porque o PET é formado por moléculas muito grandes produzidas pela união de muitas moléculas de um composto menor, o etileno tereftalato. Já o “termoplástico” quer dizer que pode ser derretido e solidificado diversas vezes – assim como vidro, ferro e alumínio –, o que torna possível sua reciclagem.

Garrafas PET

A quantidade de PET consumida pelo Brasil (521 mil toneladas) seria suficiente para fabricar 11 bilhões de garrafas de 2 litros (Foto: ntr23 / Flickr)

O PET foi descoberto pelos químicos ingleses John Rex Whinfield e James Tennant Dickson em 1941. Após a descoberta, eles conseguiram produzir fibras de PET para substituir o algodão, o linho e a lã, que estavam em falta devido ao desabastecimento provocado pela Segunda Guerra Mundial.

A fibra de PET foi lançada no mercado pela indústria ICI com o nome de Terylene. Depois, outras indústrias começaram a produzir a fibra com os nomes diferentes. Mas, apesar de ter alcançado grande popularidade entre os anos 1950 e 1970, o uso atual de fibras têxteis 100% PET é restrito a determinadas aplicações, como a confecção de uniformes esportivos, por exemplo. É muito mais comum o uso de fibras mistas de algodão e PET – o tecido identificado nas etiquetas como contendo poliéster.

Na fabricação de embalagens, o PET revolucionou o mercado da produção de garrafas a partir dos anos de 1970, com a invenção do processo de injeção e sopro , no qual o PET derretido é soprado para dentro de um molde, adquirindo a forma desejada quando resfria. No Brasil, as embalagens feitas de PET começaram a ser usadas em 1988. O sucesso em todo o mundo foi grande, pois esse tipo de embalagem apresenta várias vantagens: são transparentes, inquebráveis, impermeáveis e leves, o que diminui o custo de transporte do produto.

Garrafas PET descartadas próximo a um rio

As embalagens PET descartadas geram um grande problema ambiental, uma vez que demoram mais de 100 anos para decompor (Foto: Horia Varlan / Flickr)

Por outro lado, há desvantagens. As matérias primas usadas na produção do PET são derivadas do petróleo, sendo, por isso, consideradas matérias primas não renováveis. Além disso, as embalagens descartadas no lixo geram um grande problema ambiental, uma vez que demoram mais de 100 anos para decompor. Por isso, há um grande estímulo para a reciclagem deste material.

No Brasil, reciclamos 51% das garrafas utilizadas, o que nos coloca em segundo lugar entre os países que mais reciclam este tipo de material, atrás apenas do Japão. O PET reciclado é usado principalmente para a fabricação de cordas, fios de costura e cerdas de vassouras e escovas.

Cestos de coleta seletiva de lixo

Sempre que você for descartar uma garrafa PET, lembre-se de jogá-la numa lixeira que faça coleta seletiva de lixo e encaminhe o material para reciclagem (Foto: AnaElisa / Flickr)

Se você quiser ajudar a aumentar ainda mais a reciclagem do PET, é fácil: procure cestos de coleta seletiva de plásticos, geralmente na cor vermelha, e coloque suas garrafas vazias lá! O meio ambiente agradece…

Matéria publicada em 17.02.2012

COMENTÁRIOS

  • Isabela❤

    Antigo, mas vale apena ler!
    #amoaCHC

    Publicado em 13 de setembro de 2020 Responder

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Joab Trajano Silva

Desde criança, o autor da coluna No laboratório do Sr. Q pensava em ser biólogo. Mas, enquanto cursava a faculdade, descobriu que precisava de conhecimentos químicos para entender como os seres vivos funcionam. Juntou as duas coisas e foi ser bioquímico.

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