Clones no zoológico

Em 1996, o anúncio do nascimento da ovelha Dolly virou notícia no mundo inteiro. Não era só mais um animal que vinha ao mundo: era o primeiro clone bem sucedido de um mamífero! Depois da ovelha, outros animais foram clonados, mas, até hoje, pensar em um zoológico repleto de clones parece muito mais um filme de ficção científica do que realidade, certo?

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O lobo-guará pode ser um dos primeiros mamíferos silvestres a serem clonados no Brasil (Foto: Flickr/ fraxprax – CC BY-NC 2.0)

Talvez não. Um novo projeto científico estuda a possibilidade de usar biotecnologias reprodutivas como a clonagem em espécies silvestres, para conhecer melhor os animais e gerar bichos para os zoológicos do país. Se o trabalho for bem sucedido, não será mais necessário retirar animais da natureza para esses fins.

A proposta, uma parceria entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Fundação Jardim Zoológico de Brasília, terá como primeiro passo formar um banco de amostras genéticas de diferentes espécies. Depois, serão feitos testes de clonagem com uma espécie de cada vez. “Este será o primeiro projeto voltado à clonagem de animais silvestres no país”, conta o médico veterinário Carlos Frederico Martins, da Embrapa.

Os cientistas ainda não decidiram quais serão as espécies incluídas nos estudos, que devem começar em 2013. “O lobo-guará, pela marcante presença no cerrado, deve ser um dos primeiros”, aposta Carlos.

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O primeiro mamífero clonado do Brasil foi a vaca Vitória, em 2001. Desde então, a clonagem de bovinos já se tornou um procedimento comercial no país, mas ainda há muito a estudar sobre como aplicar essas técnicas a animais silvestres (Foto: Clarissa Lima/Embrapa)

Mas as possibilidades da clonagem param por aí: não é possível, por exemplo, recuperar a população de animais ameaçados na natureza usando apenas as biotecnologias reprodutivas. Para preservar as espécies, o principal caminho ainda é preservar seus hábitats naturais. “Essa é a única maneira de preservação da fauna silvestre”, avalia Carlos.