Brasileiros centenários

 

De 1991 a 2000, o número de pessoas com mais de cem anos no Brasil quase duplicou.

Você já se imaginou vivendo por mais de cem anos? Quanto tempo, não é mesmo? Pois essa idade tem sido alcançada por um número cada vez maior de pessoas em nosso país, como pesquisadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) constataram ao analisar dados do censo demográfico realizado no ano 2000.

Mas o que seria o censo demográfico? Para que ele serve? O censo é uma pesquisa realizada pelo IBGE a cada dez anos, com o objetivo de levantar diversas informações sobre a população brasileira, como seu número total e idade. Para isso, pesquisadores do instituto aplicam questionários em todas as casas do país. Depois de organizados, esses dados passam a ter bastante importância para o governo, ajudando-o a planejar os recursos a serem gastos com a sociedade.

E foi justamente a partir da análise dos dados dos censos de 1991 e de 2000 que se percebeu o aumento no número de brasileiros centenários. Segundo Luiz Antonio Oliveira, pesquisador do IBGE, desde o censo de 1991, o número de pessoas com mais de cem anos quase duplicou. Se, em 1991, havia apenas 13.865 indivíduos com essa idade, no ano 2000, esse número passou para 24.576, sendo 14.153 mulheres e 10.423 homens. Vale lembrar que esse aumento da expectativa de vida já ocorre há mais tempo em outros países, como os Estados Unidos, e também na Europa como um todo.

E por que isso tem acontecido? Luiz Antonio aponta como causas principais os avanços na área de saúde, como o diagnóstico precoce de doenças, e os remédios e as técnicas de medicina mais eficazes, que ajudam a prolongar a vida das pessoas. Também é importante lembrar da adoção de medidas de saúde pública, como a vacinação e o saneamento básico, fundamentais para a redução da mortalidade.

Dentre os estados brasileiros com o maior número de centenários, destacam-se São Paulo, com 4.457, seguido da Bahia (2.808), Minas Gerais (2.765), Rio de Janeiro (2.029) e Rio Grande do Sul (1.313). Porém, o pesquisador lembra da dificuldade em se conseguir esses números. Isso porque, no início do século 20, época em que essas pessoas nasceram, o acesso à certidão de nascimento era bastante limitado. Sendo assim, por vezes, quem costuma declarar a idade desses idosos são os seus familiares, que, em algumas ocasiões, não sabem dizê-la com precisão.

E você? O que acharia de viver por tanto tempo? A partir de todas essas informações, eis aí uma pergunta que tanto você quanto seus amigos poderiam pensar a respeito!