Quando, no início do século 20, o biólogo americano Charles William Beebe formulou uma teoria dizendo que as aves pré-históricas precisariam de quatro asas para voar, ninguém levou a sério. Afinal, que coisa esquisita, uma ave de quatro asas! Hoje, porém, essa hipótese parece ser mais provável.

Desenho de Charles William Beebe sobre como seria uma ave de quatro asas (Imagem: Wikimedia Commons)

Em 2000, cientistas encontraram, na China, um dinossauro com quatro asas que chamou atenção para essa característica curiosa. Recentemente, no mesmo país, paleontólogos anunciaram a descoberta de fósseis de aves com penas nos membros posteriores. Tudo indica que poderiam ter sido asas!

O par extra de asas possivelmente ajudava as aves na hora de planar de um lugar a outro. “Pode ser que elas até mesmo batessem as patas de trás como batiam as asas”, sugeriu à CHC o paleontólogo Alexander Kellner, do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Com o passar do tempo, as aves teriam ficado cada vez melhores na arte de voar, tornando o segundo par de asas desnecessário.

Antes de dizer a todo mundo que Charles William Beebe estava certo, porém, os cientistas precisam de mais estudos. Alguns pesquisadores não acreditam que essas aves tivessem mesmo um par extra de asas – para eles, essas penas nos membros posteriores seriam uma espécie de leme, que ajudava a dar direção ao voo.

“Não se sabe ainda se eram lemes ou asas, mas uma coisa é certa: as tais penas eram úteis de alguma maneira”, garante Alexander. O que você acha?