Conheça um tipo de reserva diferente, que protege planta, bicho e… gente!
Pense em uma área de preservação ambiental. Você deve estar imaginando um ambiente completamente selvagem, cheio de plantas e animais, onde o ser humano só aparece para visitar ou fazer pesquisas, correto? Pois nem sempre é assim. Algumas áreas de proteção, também chamadas de unidades de conservação, abrigam populações humanas tradicionais como parte do patrimônio que elas protegem.
Esse tipo de unidade de conservação é chamada de Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS). Uma RDS tem como objetivo preservar a natureza e os modos de vida de populações tradicionais, como ribeirinhos (pessoas cuja vida depende dos rios), caiçaras (pessoas que têm a vida dependente do mar) e quilombolas (comunidades formadas por pessoas descendentes de negros escravizados). Essas comunidades geralmente vivem da exploração dos recursos naturais dos locais onde vivem, mas sem destruí-los.
População ribeirinha no Amazonas.
Foto Tomaz Silva/Agência Brasil
Pousada Uacari, administrada pelas comunidades ribeirinhas com ajuda do Instituto Mamirauá.
Foto Tomaz Silva/Agência Brasil
A primeira RDS no Brasil foi criada em 1996 no estado do Amazonas. A ideia inicial era apenas proteger o uacari-branco, uma espécie de macaco ameaçada de extinção. Mas os pesquisadores perceberam a necessidade de aliar a preservação da fauna com a garantia de qualidade de vida dos muitos ribeirinhos que viviam na região. Aí veio a ideia de criação de um tipo de reserva que o interesse ambiental ao social, nascendo assim a RDS Mamirauá.
Mamirauá está no encontro dos rios Solimões e Japurá, numa área onde a floresta passa boa parte do ano inundada – a chamada floresta de várzea. Além da enorme biodiversidade típica da Amazônia, a reserva é também o lar de mais de dez mil pessoas. Esses ribeirinhos extraem recursos dos rios e florestas para seu próprio sustento, mas também desenvolvem uma série de atividades econômicas sustentáveis como ecoturismo, pesca de pirarucu e peixes ornamentais, exploração de madeira e outros produtos vegetais, por exemplo. E eles ainda participam ativamente das pesquisas científicas realizadas na reserva.
Agora você sabe que, além de conservar a biodiversidade, algumas áreas de preservação também protegem o jeitinho especial com que algumas populações tradicionais cuidam da natureza. Vamos tentar aprender com elas?!
Anna Elise
Nossa, que legal adorei a ideia!
Ana Laura
Adorei o texto curioso e me fez pensar mais nos ribeirinhos.