Amarelo, vermelho, azul

Você pode achar que esponjas de lavar louça são coisas muito sem graça. Mas, no mundo animal, há outras esponjas, curiosas e bem interessantes! Um grupo de pesquisadores acaba de descobrir três novas espécies desses bichos no litoral de Maceió, em Alagoas: Rhabderemia meirimensis, de cor amarela, Mycale rubra, de cor vermelha, e Plakina coerulea, de cor azul.

A esponja de cor amarela mede aproximadamente nove centímetros de comprimento. Os pesquisadores encontraram apenas um indivíduo desta espécie, nomeada em homenagem ao Recife da Ponta do Meirim, único local de onde é conhecida (Foto: Eduardo Hajdu)

A esponja de cor amarela mede aproximadamente nove centímetros de comprimento. Os pesquisadores encontraram apenas um indivíduo desta espécie, nomeada em homenagem ao Recife da Ponta do Meirim, único local de onde é conhecida (Foto: Eduardo Hajdu)

Por incrível que pareça, os animais foram encontrados em recifes de coral próximos às áreas urbanas – lugares onde a ação humana prejudica tanto o meio ambiente que os cientistas nem esperavam encontrar novas espécies. Eles estavam lá, na verdade, para monitorar esponjas já conhecidas.

Descobrir novos animais, então, foi uma surpresa. “As espécies novas têm surgido nos locais mais inesperados”, conta Eduardo Hajdu, biólogo da Universidade Federal do Rio de Janeiro e orientador do também biólogo Victor Cedro, que desenvolveu o estudo durante o mestrado na Universidade Federal de Alagoas.

Foram encontradas duas esponjas desta espécie de cor avermelhada. A análise dos esqueletos no microscópio ajudou a descobrir que eram animais ainda desconhecidos pela ciência (Foto: Victor Cedro)

Foram encontradas duas esponjas desta espécie de cor avermelhada. A análise dos esqueletos no microscópio ajudou a descobrir que eram animais ainda desconhecidos pela ciência (Foto: Victor Cedro)

Como Rhabderemia meirimensis e Mycale rubra, existem várias outras esponjas vermelhas e amarelas. “Foi preciso analisá-las em microscópio para saber que eram espécies novas”, explica o cientista. Já a Plakina coerulea é o bicho mais diferente. Embora existam outras esponjas azuis, o tom claro da nova espécie é muito raro.

A equipe de pesquisadores encontrou apenas um exemplar da espécie (i)Plakina coerulea(/i). Ela mede cerca de dois centímetros de diâmetro e tem um tom de azul claro muito raro entre as esponjas (Foto: Eduardo Hajdu)

A equipe de pesquisadores encontrou apenas um exemplar da espécie (i)Plakina coerulea(/i). Ela mede cerca de dois centímetros de diâmetro e tem um tom de azul claro muito raro entre as esponjas (Foto: Eduardo Hajdu)

Segundo Eduardo, a descoberta serve como um aviso. “A biodiversidade em recifes de coral é tão grande que ainda existem espécies desconhecidas mesmo em áreas já bastante exploradas pelos cientistas. Então, é preciso pesquisar e preservar os recifes, para que possamos descobrir mais sobre as espécies raras antes que elas desapareçam”.