A invasão dos dinossauros

Dinossauros em um lago, dinossauros se alimentando, dinossauros em todo canto. O que é isso? Entramos em uma máquina do tempo? Não! Na verdade, invadimos o Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo. Réplicas de dinossauros tomaram conta do espaço e prometem encantar os visitantes.

Os répteis pré-históricos fazem parte do novo módulo da exposição permanente do museu. Chamado A evolução do vôo, ele pretende contar como o vôo surgiu e se desenvolveu na natureza. Os primeiros a voar foram os insetos. Depois, o vôo surgiu em outros grupos de animais, de maneira independente: primeiro, com os pterossauros, que são parentes dos dinossauros; depois, com as aves; por último, com os mamíferos, como os morcegos.

O titanossauro vivia em uma área repleta de campos alagadiços e árvores. Crédito da imagem: Mauricio Candido.

E o que os dinossauros, que nunca voaram, têm a ver com isso? Foi de um grupo específico de dinossauros – os terópodos – que as aves se originaram.“Hoje a ciência já considera as aves verdadeiros dinossauros. Elas representam o grupo de dinossauros que levantou vôo, e são a prova viva de que os dinossauros não se extinguiram por completo”, esclarece Hussam Zaher, zoólogo do museu.

A grande atração da exposição promete ser uma réplica do esqueleto do carnotauro, vinda da Argentina. Pudera: ela é enorme! Tem quase quatro metros de altura e sete metros de comprimento. Já a escultura do velocirraptor tem um metro de altura, mostrando como ele era pequeno na vida real.

À exceção do carnotauro, todas as outras réplicas são de dinossauros brasileiros. O titanossauro, por exemplo, conhecido por seu pescoço longo, vivia em São Paulo, em uma área repleta de campos alagadiços e árvores, representada em um cenário.

No alto, está o carnotauro e logo abaixo, o velocirraptor. Créditos: Jorge Blanco e Ronaldo Aguiar.

Do Ceará, Pernambuco e Piauí, por sua vez, vieram os fósseis – vestígios como ossos e dentes, que ficaram preservados em rochas – que deram origem às réplicas do Anhanguera, um dos pterossauros brasileiros. Parentes dos dinossauros, os pterossauros foram os primeiros animais a levantar vôo após os insetos. Na exposição, há dois pterossauros no teto, que parecem voar!

Completa a mostra uma escultura do arqueopterix. Esse animal tinha dentes e cauda longa, como os répteis, mas penas no corpo todo, uma característica das aves. “O arqueopterix foi muito estudado pelos cientistas e serve para exemplificar como as aves teriam se originado dos dinossauros”, explica Hussam. “Ele era capaz até de fazer vôos curtos!”

Saber como são feitas as réplicas desses bichos, aliás, é tão interessante quanto vê-las. “Tudo começa com os fósseis”, explica Mirian Marques, diretora da Divisão de Difusão Cultural do Museu. “A partir deles, os cientistas buscam entender como era o corpo do animal, como ele vivia, quais eram seus hábitos, entre outras informações.”

É preciso estudar muito para realizar esse trabalho. “Para fazer uma réplica do esqueleto de um dinossauro, temos de saber quais eram as proporções entre seus membros, quais eram suas articulações, onde estavam, como se mexiam”, conta Mirian. “Para fazer esculturas como as do velocirraptor e do arqueopterix, precisamos da ajuda de um artista plástico que, supervisionado por um cientista, molda os músculos, a pele e os olhos do dinossauro.” Assim, as obras ficam parecidas com o animal que existiu.

Até o final do ano a exposição do Museu de Zoologia estará completa. Mas você já pode fazer uma visita ao museu e conferir de perto o que ele tem a oferecer: muitas informações sobre os seres que habitavam o nosso planeta há milhões de anos!

Exposição A evolução do vôo
Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo
Avenida Nazaré 481, Ipiranga, São Paulo/SP.
De terça a domingo, das 10h às 17h.
R$ 2 (grátis para escolas públicas que agendarem visitas).
Tel.: (11) 6165-8100.
www.mz.usp.br