A união faz a… preservação!

Quem disse que só cientista pode ajudar a preservar uma espécie? Pois os moradores de 44 comunidades de Mamirauá e Amanã, no Amazonas, ajudam os pesquisadores do Instituto Mamirauá nessa missão. Eles participam ativamente de um projeto para salvar três espécies ameaçadas: a tartaruga-da-amazônia, o tracajá e o iaçá.

Graças ao trabalho conjunto de moradores e pesquisadores, o Rio Solimões ainda conta com a presença da tartaruga-da-amazônia, do tracajá e do iaçá (Foto: Vivian Chimendes)

Essa proteção toda foi necessária para evitar o desaparecimento desses animais pela caça, já que os três são apreciados pela população amazônica como alimento. Para piorar, essas espécies são fáceis de capturar, pois constroem seus ninhos em um local bem fácil de acessar – as praias que surgem nos rios quando as águas baixam na estação seca.

“A contribuição dos moradores locais é fundamental, pois eles são os usuários do recurso e moram próximos às áreas onde estão os ninhos. Com a ajuda deles, podemos proteger mais áreas e de forma mais eficiente”, conta a bióloga Cássia Camillo, do Instituto Mamirauá.

Os moradores tomam conta para que nenhum outro membro da comunidade ou alguém de fora retire os ovos ou os animais da região. Eles podem proteger os ninhos no local original, mas também podem transferi-los para locais mais seguros ou praias artificiais – que são caixas de madeira com areia. Além disso, podem ajudar os cientistas nas pesquisas e atuar como assistentes de campo, coletando dados sobre esses animais.

O Instituto Mamirauá estimula as comunidades a protegerem os ninhos nos locais originais e a deixar que os filhotes saiam e sigam para o rio por conta própria. Na imagem, filhotes de iaçá (Foto: Vivian Chimendes)

O projeto existe desde 1998. Quando começou, apenas duas praias foram protegidas, mas, no ano passado, o projeto já protegia dezesseis praias onde as três espécies desovam e dezessete lagos visitados pelos tracajás. Só em 2011, isso significou o nascimento de aproximadamente 42 mil filhotes. Um trabalho e tanto, não acha?