Passarinhos voam, morcegos voam, baratas voam. E peixes? Também, se forem exemplares das espécies conhecidas como peixes-voadores, que apresentam nadadeiras peitorais alongadas usadas para planar. A descoberta, no sul da China, de uma nova espécie fóssil mostra que esses animais existem há pelo menos 230 milhões de anos.
Os peixes-voadores podem ser divididos em dois grupos: Exocoetidae e Thoracopteridae. Apesar de terem em comum o apelido, os dois não têm parentesco próximo. Apenas o primeiro grupo possui representantes atuais – cerca de 50 espécies que habitam todos os oceanos. Além desses, pesquisadores também já encontraram cerca de uma dezena de espécies fósseis dos Exocoetidae com até 40 milhões de anos.
Já o grupo dos Thoracopteridae é bem mais antigo, mas completamente extinto. Seus representantes foram descobertos em fósseis da Áustria e da Itália e, agora, da China. A espécie recém-descoberta, que recebeu o nome de Potanichthys xingyiensis, foi descrita com base em dois exemplares – os mais antigos peixes-voadores já encontrados.
Ao contrário do que se possa pensar, os peixes-nadadores não possuem asas como as aves. O que lhes permite voar são nadadeiras peitorais maiores que as dos outros peixes, com base rígida e ramificações que aumentam sua área de contato com o ar. Seu voo é também diferente daquele observado nas aves: eles não batem as nadadeiras, mas planam com elas abertas, após tomar impulso pelos batimentos de sua cauda grande e assimétrica. Cada voo alcança, em média, 50 metros – mas já foram registrados percursos de quase 400 metros.
Os cientistas acreditam que, ao longo da evolução, os peixes-voadores desenvolveram essa capacidade para fugir de predadores. Atualmente, as principais ameaças aos peixes-voadores são os golfinhos, mas as espécies pré-históricas tinham que escapar de répteis marinhos e peixes maiores. Era melhor fugir voando!
Confira, no vídeo, o voo de um peixe-voador: