A cara do Brasil imperial

Imagine que você é um ilustre membro da sociedade brasileira do século 19. Durante uma viagem à França, você resolve encomendar um retrato a um artista francês, como era costume na época, para servir de registro da sua temporada no exterior. Se isso realmente tivesse acontecido lá no passado, hoje sua imagem poderia estar entre as obras da exposição Retratos no estrangeiro: o Brasil imperial nos ateliês franceses.

A mostra, em cartaz no Museu Imperial, na região serrana do Rio de Janeiro, reúne obras de 50 artistas franceses – como pintores, gravadores e fotógrafos – que naquele tempo fizeram retratos tanto de cidadãos anônimos brasileiros como dos membros da família imperial.

O imperador D. Pedro II, sua esposa Teresa Cristina e suas filhas, princesas Isabel e Leopoldina, em retrato pintado por François-René Moreaux em 1857, no Rio de Janeiro.

Entre os nobres, estão o imperador D. Pedro II, a sua esposa, D. Teresa Cristina, as suas filhas, as princesas Isabel e Leopoldina, e também o Conde d´Eu, o Duque de Saxe e os filhos das princesas. Há ainda imagens que revelam o trabalho dos escravos nas fazendas de café do tempo em que o Brasil era império.

À moda francesa

Os retratos eram feitos na França ou em ateliês de artistas franceses estabelecidos no Rio de Janeiro. E imagine que muitas vezes os artistas produziam as imagens sem sequer terem visto o cliente pessoalmente! Nesses casos, outras obras – como pinturas, miniaturas, gravuras ou fotografias – serviam de inspiração.  “A pessoa podia estar do outro lado do Atlântico ou até mesmo já ter partido deste mundo”, conta a historiadora Maria de Fátima Argon, curadora da exposição junto com Maria Inez Turazzi.

A mostra, que comemora o Ano da França no Brasil, apresenta também gravuras, pinturas e fotografias do Rio de Janeiro, então capital do império, e do povo carioca, feitas por artistas franceses amadores e profissionais. “A criação dessas imagens ajudou a promover a troca de experiências entre brasileiros e franceses da época e a entrelaçar as histórias dos dois países”, afirma Maria de Fátima. Além disso, fazem parte da exposição livros, jornais, máquinas fotográficas e tapetes franceses da época.

Acredita-se que o retrato do comerciante português Pedro José Bernardes, pai da marquesa de Itamarati, tenha sido encomendado ao ateliê Viénot et Morisset por seus descendentes após a sua morte, certamente a partir de algum outro retrato.

Então, se você quiser conhecer um pouco mais do Brasil imperial, não perca a oportunidade de visitar esta exposição!


Rua da Imperatriz, 220, Petrópolis/RJ.
Até fevereiro de 2010.
Terça a domingo, das 11h às 18h.
R$ 8.
Estudantes, professores e maiores de 60 anos pagam R$ 4.
Menores de 7 anos e maiores de 80: grátis.
Às sextas-feiras, os moradores de Petrópolis pagam R$ 5.

Matéria publicada em 27.11.2009

COMENTÁRIOS

  • Anna Elise

    Em julho eu e minha família talvez vamos para o Museu Inperial!

    Publicado em 2 de julho de 2018 Responder

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Camilla-Muniz

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