I
Da vizinhança
Debaixo do alvo tanque
Coaxa o sapo cantor
Devora a água lavada
Espia o ralo só
Em cima do alvo tanque
Arregala-se a lagartixa
Goteja olhos sedentos
Emudece com a torneira vazia
Enquanto dança a lagartixa
O sapo canta
Conversa de vizinhos
Papo de seca
II
Vendo
uma folha de papel
para a sua história
um sopro de sementes
para o seu quintal
uma vagem de grãos
para a sua sopa
uma rede de fibras
para o seu sono
vendo o vento
Maria de Lourdes Arruda Guerra
Excelente iniciativa. Poemas a partir de elementos naturais aparentemente inúteis… Gostei da ideia. Eu tenho uma pena, quando faço podas nas minhas plantas e caem galhos, maiores,, menores, tortos, compridos….. Fico olhando para eles, para ver se daria para fazer alguma escultura com eles… Mas não tinha pensado em poesia. Amei essa ideia!
Sou Lurdinha, s de São José dos Campos- S Paulo. Como Professora de Língua portuguesa, gosto muito de valorizar a poesia que pode haver ao nosso redor…
Publicado em 28 de julho de 2021