Fóssil de chuva?!

De fóssil de dinossauro, mamute e planta pré-histórica você já pode ter ouvido falar. Mas já viu por aí algum fóssil de gota de chuva? Pois vamos esclarecer esse assunto!

Chuvas que aconteceram há milhões de anos deixaram suas marcas em rochas e podem, hoje, oferecer pistas preciosas sobre como a Terra era no passado. Porém, o termo “fóssil” não é o mais apropriado para descrever essas marcas, já que elas não têm origem orgânica, como os fósseis de animais e vegetais.

As marcas deixadas pelas gotas de chuva podem dizer muito sobre o passado do nosso planeta e até ajudar na busca por vida fora da Terra (Foto: Wlady Altermann / Universidade de Pretoria)

De qualquer forma, essas marcas têm muita história para contar! E vamos começar contando como elas ficam gravadas para a posteridade…

“Para que as gotas de chuva pudessem se preservar, precisam ter caído em um sedimento mais fino, como as argilas”, explica o geólogo Ismar de Souza Carvalho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Não é em qualquer argila, porém, que a chuva deixa marcas. Para que o registro fique, a argila não pode ser nem muito mole e nem muito dura. A chuva, por sua vez, não pode ser intensa demais, pois transformaria a argila em lama, acabando com as marcas das gotas.

Quando preservados, esses “fósseis” de gotas de chuva podem dizer muito sobre o passado do planeta. O pesquisador Sanjoy Som, da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, por exemplo, encontrou pistas sobre como era a atmosfera há bilhões de anos.

“Até então, a medição mais antiga da pressão do ar era de 1644, quando Evangelista Torricelli inventou o barômetro. Já com os fósseis de gotas de chuva, pudemos cacular qual era a pressão do ar 2,7 bilhões de anos atrás”, conta o cientista.

Ele explica, também, que as gotas de chuva caídas aqui na Terra podem ajudar a encontrar vida fora do nosso planeta. “Conhecer outra composição do ar de um planeta habitável, diferente da que nós temos hoje, irá ajudar os cientistas na busca por outros planetas habitáveis fora do nosso sistema solar”, diz.

Matéria publicada em 09.04.2012

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Fernanda Turino

Sempre fui muito curiosa, adorava brincadeiras ao ar livre e acampar (fui até escoteira!). Cresci lendo a CHC e hoje trabalho aqui.

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