Quanto mais rara uma joia, mais preciosa ela fica. Então, seguindo essa lógica, podemos dizer que o Araripe Pernambucano é cheio de joias preciosas! Essa região reúne fósseis muito raros de plantas e animais que viveram há 100 milhões de anos, quando África, Américas e Oceania formavam um só continente – a Gondwana.
“Os fósseis que vemos por lá ainda possuem partes moles dos animais e o esqueleto dos vertebrados continua inteiro, coisas raríssimas no mundo da paleontologia”, comemora a geóloga Alcina Barreto, da Universidade Federal de Pernambuco. Ela reuniu um grupo de pesquisadores para explorar esses tesouros enterrados.
Se você está se perguntando por que Pernambuco reúne fósseis tão importantes, saiba que a resposta está no passado geológico daquela região. Na época de divisão do continente Gondwana – há 100 milhões de anos –, houve um soterramento muito veloz de animais e plantas, e foi essa velocidade que permitiu que eles ficassem tão bem preservados.
A Chapada do Araripe, que abrange os estados do Ceará, Pernambuco e Piauí, é rica em fontes de águas e fósseis. “Hoje, a região tem partes de floresta e partes secas, mas, há 110 milhões de anos, já foi uma lagoa e, antes disso, um mar”, conta Alcina. Entre os achados paleontológicos do Araripe estão conchas e ouriços do mar, peixes, raias, tartarugas, pterossauros e até dinossauros.
Liderados por Alcina, sete geólogos vasculham os solos de sete cidades pernambucanas em busca de mais fósseis. “Nossa ideia é criar um museu de paleontologia em cada uma delas”, prevê a pesquisadora. Eu com certeza vou querer visitá-los!