Uma deliciosa macarronada com molho roxo. Parece esquisito? Talvez. Se pensarmos nos alimentos de cor roxa – uva, ameixa, beterraba – nenhum deles parece combinar com macarrão. A inovação, porém, está num ingrediente que tem tudo a ver com as massas e molhos: o tomate.
“Ué, mas tomate não é vermelho?”, você pode pensar. Acontece que um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo acaba de criar um tomate roxinho, roxinho! Apesar da aparência diferente, eles garantem que o gosto continua o mesmo.
Para criar o novo produto, os cientistas cruzaram três tipos de tomate: duas espécies selvagens (não comestíveis) e uma que nasceu um pouquinho diferente do normal – produzia, no caule, bastante antocianina, a mesma substância que dá à uva e à ameixa a cor arroxeada.
O novo tomate ficou roxo porque, unindo características dos três tipos de tomates usados, passou a produzir bastante antocianina no próprio fruto.
Uma das vantagens do tomate roxo é que a antocianina é um antioxidante, ou seja, uma substância capaz de desacelerar o processo de envelhecimento das células. Além disso, o novo alimento tem mais vitamina C que o tradicional.
“O bom do tomate é que ele é o vegetal mais consumido no mundo”, explica o agrônomo Lázaro Eustáquio Pereira Peres, coordenador da pesquisa. “Portanto, colocar mais antioxidantes nele significa tornar a dieta da população mais rica”.
Se você ficou com água na boca, porém, vá com calma. O tomate roxo ainda não pode ser encontrado em feiras e supermercados, já que a planta recém-criada é uma variedade pequenina e produz poucos frutos, o que dificulta sua comercialização. Ainda vai levar um tempo para a macarronada de domingo mudar de cor!