As belas praias de Santa Catarina são o local escolhido por muitas famílias para passarem as férias. Mas, de junho a outubro, o estado recebe também outro tipo de visitantes: pinguins-de-magalhães, que, em seus passeios pelos mares, podem acabar se perdendo por aqui. Este ano, 21 deles já foram encontrados e atendidos pela equipe do Laboratório de Reabilitação de Aves Marinhas da Universidade do Vale do Itajaí (Univali).

Como outras espécies, os pinguins-de-magalhães também sofrem as consequências da atividade humana nos mares. O lixo jogado nos oceanos e a pesca exagerada, entre outros fatores, estão contribuindo para a diminuição das populações deste animal. (foto: Martin St-Amant / Wikimedia Commons / (a href=https://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/deed.fr)CC BY-SA 3.0(/a))
Originários da Patagônia – uma região que engloba parte da Argentina e do Chile –, os pinguins-de-magalhães nadam em bando e percorrem quilômetros em seus movimentos de migração, isto é, de mudança de um lugar para o outro. Nessa viagem, alguns animais jovens podem se afastar do grupo e acabam se perdendo do bando, sendo carregados para longe pelas correntes marítimas.

Na natureza, os pinguins-de-magalhães se alimentam principalmente de peixes como anchovas e sardinhas. Seu hábitat natural são as zonas costeiras, mas eles passam a maior parte do tempo no mar – suas asas atrofiadas são ruins para levantar voo, mas ótimas para nadar! (foto: Nasa)
“Em alto mar, os pinguins podem enfrentar problemas como tempestades, mudanças bruscas de temperatura ou manchas de óleo e até lixo. Quando isso ocorre, eles acabam se perdendo e encalham nas praias”, conta a médica veterinária Adriane Steuernagel, da Univali. Ao serem resgatados, geralmente os animais estão muito debilitados. “Eles chegam cansados, desidratados e desnutridos. Alguns acabam morrendo”, lamenta a pesquisadora.
A equipe do laboratório se esforça para cuidar dos animais e ajudá-los a se recuperarem. Por isso, realiza exames para ver o estado geral do animal e saber se há ferimentos. Além disso, oferece alimento e local para descanso. “Inicialmente os pinguins recebem soro para hidratação e ficam em repouso em caixas com aquecimento”, explica Adriane. “Depois, são alimentados com uma espécie de papa de peixe – só mais tarde damos peixes inteiros, seu alimento principal”.
Ao terminarem sua temporada na Univali, os pinguins estão prontos para voltar à natureza. São encaminhados, então, a uma entidade especializada em Florianópolis, responsável por formar grupos de animais para soltura.