Nesta coluna, vamos lembrar autores das mais diversas épocas e regiões, que desenvolveram ideias inspiradoras para educadores que atuam nas salas de aula do Ensino Fundamental, no Brasil de hoje.
Começo trazendo o nome de Fernando Hernandez, professor da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Barcelona, Espanha, que desenvolveu ideias e práticas relacionadas a áreas como Cultura Visual e Artes.
"Quando falamos de projetos, o fazemos pelo fato de imaginarmos que possam ser um meio de ajudar-nos a repensar e refazer a escola. Entre outros motivos, porque, por meio deles, estamos reorganizando a gestão do espaço, do tempo, da relação dos docentes e dos alunos, e, sobretudo, porque nos permite redefinir o discurso sobre o saber escolar (aquilo que regula o que se vai ensinar e como devemos fazê-lo).
Hernandez, que trabalhou em parceria com educadores brasileiros entre desde a década de 1990, dedicou-se a estudar as perspectivas de tornar o
aprendizado mais significativo, dinâmico, rico e atual para crianças e jovens através de PROJETOS DE TRABALHO, proposta que apresenta e aprofunda em diversos livros, como o que utilizei como fonte desta coluna: Cultura visual, mudança educativa e projeto de trabalho (Artmed, 2000).
Em oposição ao ensino que se produz a partir de listagens infinitas de conteúdos estanques e sem qualquer conexão com as situações-problemas da
vida cotidiana, como propõem as metodologias tradicionais, a proposta de organizar o currículo em projetos de trabalho parte do princípio de que a
aprendizagem deve envolver situações significativas, contextualizadas, problemas reais, práticas de pesquisa e investigação e temas relacionados ao
universo de interesse dos estudantes.
Reproduzo, abaixo, dois quadros que sintetizam os elementos fundamentais apresentados por Hernandez para a realização do trabalho na escola através de projetos de trabalho:
Espero que as ideias de Fernando Hernandez inspire-os, colegas educadores, a reafirmarem seus espaços educacionais como ambientes que convidem permanentemente ao encantamento, ao questionamento, à reflexão, à cooperação e ao diálogo respeitoso entre todos ali presentes, e que, após cada dia de aula, educandos e educadores saiam da escola enriquecidos e transformados em pessoas melhores, pelas experiências de aprendizagem compartilhadas.
Até breve!
Marcia Stein
Jornalista, educadora e integrante do conselho editorial da CHC