Você chega na cozinha e encontra um pão velho e cheio de bolor. Eca! Trate de jogá-lo fora. Mas, antes, saiba que ele pode conter um fungo que já salvou muitas vidas. Quer entender como? Para isso, vamos conhecer um pouquinho da vida de Alexander Fleming, cientista conhecido como pai da penicilina.
Ele nasceu em Lochfield, na Escócia, no dia 6 de agosto de 1881, e morou em uma fazenda com sua mãe e irmãos até os 13 anos, quando se mudou para Londres, na Inglaterra. Anos mais tarde, ingressou no curso de medicina na Universidade de Londres e, depois de concluí-lo, começou a se dedicar ao estudo de substâncias capazes de combater bactérias.
Enquanto pesquisava, Fleming acabou fazendo duas importantes descobertas por acaso. A primeira delas começou, imagine você, com… aaaaaaaatchim! Um espirro.
Algumas gotículas de secreção caíram em uma placa de cultura de bactérias e, após alguns dias, o cientista percebeu que os microrganismos do local onde havia sido depositado o catarro tinham sido destruídos. A responsável era a lisozima, enzima presente nas secreções humanas capaz de destruir alguns tipos de bactérias.
Já sua descoberta mais famosa – a penicilina – aconteceu em 1928, quando Fleming saiu de férias e esqueceu placas de cultura de microrganismos em seu laboratório. Ao voltar, ele percebeu que algumas das placas estavam contaminadas com bolor – um fungo do tipo Penicilliumque cresce também no pão velho. Você já deve estar achado que essa história é uma eca só…
Mas o que podia ser apenas uma coisa nojenta era na verdade um poderoso antibiótico. Fleming notou que, ao redor das colônias de fungo, não havia mais bactérias. Algumas pesquisas depois, ele descobriu que o fungo produzia uma substância com efeito bactericida: era a penicilina, até hoje muito usada para curar infecções. Ela foi o primeiro antibiótico da história e já salvou muitas vidas!
As descobertas de Fleming podem parecer sorte porque aconteceram por acaso. Mas, se não fosse o seu olhar atento e curioso, talvez não tivéssemos a solução para tantas infecções. Por isso, siga seu exemplo e esteja sempre atento – ainda tem muita coisa por aí para você descobrir!
Agradecemos a colaboração do historiador Flávio Edler, da Casa de Oswaldo Cruz / Fiocruz, na elaboração deste texto.